Publicado em novembro-dezembro de 2023 - ano 64 - número 354 - pp.: 12-19
Água viva: o instante em Clarice Lispector
Por Maria José Caldeira do Amaral*
“A realidade é mais inatingível que Deus – porque não se pode rezar para a realidade.” Clarice Lispector
Este ensaio apresenta a intuição mística de Clarice Lispector, constelada no abismo do silêncio inesperado – desdobramento fulcral da intuição do instante –, que, estando presente na palavra intocada de Água viva, é revelada em toda a sua literatura. Na experiência de sentir o silêncio, Clarice conduz o leitor à possibilidade do milagre e da beatitude no espanto e na urgência do encontro com o indizível “que nem o pensamento pensa” – na mudez da Palavra de Deus.
Introdução
O objetivo principal deste artigo é destacar, na obra Água viva de Clarice Lispector, o sentido contemplativo do instante, personagem principal dessa narrativa. Segundo Clarice, pronunciar sílabas cegas de sentido ou pintar são as únicas maneiras de tentar dizer o que sabe, mas não pode dizer. É preciso, contudo, usar as palavras no sentido corpóreo, “em luta com a vibração última”. A palavra de Água viva é nova para Clarice e para o leitor. Para a autora, até o momento em que escreve, no início do livro, sua verdadeira palavra está intocada. Água viva, seiva da vida natural, está antes do pensamento e aponta para a intuição do instante: supõe, ainda, uma contemplação, corpo a corpo, com o it e com a coisa configurada na matéria viva – nua e úmida, na placenta. A intuição de Clarice é voltada para o instante: o it vivo no qual o instante é encontra-se bem configurado no ato do amor, no qual
[…] – pela límpida abstração de estrela do que se sente – capta-se a incógnita do instante que é duramente cristalina e vibrante no ar e a vida é esse instante incontável, maior que o acontecimento em si: no amor o instante de impessoal joia refulge no ar, glória estranha do corpo, matéria sensibilizada pelo arrepio dos instantes – e o que se sente é ao mesmo tempo que imaterial, tão objetivo que acontece como fora do corpo, faiscante no alto, alegria, alegria é a matéria de tempo e é por excelência o instante (LISPECTOR, 1998a, p. 9-10).
1. O instante
Acompanhar um tema como o do instante, que é o tema de vida e obra em Clarice Lispector, leva-nos a toda a sua literatura e aos instantes nos quais ela sustenta seu compromisso com a verdade da coisa: “A verdade está em alguma parte: mas inútil pensar. Não a descobrirei e, no entanto, vivo dela” (LISPECTOR, 1998a, p. 29). Clarice arrisca-se a não descobrir a verdade da qual vive no it vivo no qual o instante é e no instante vivo no qual o it é, ou seja, a possibilidade da erupção da criação incorporada em uma única forma, que caracteriza a expressão dessa coincidência que não poderia ser outra – portanto, a verdade da coisa. A poesia em prosa de Água viva supõe a aliança da arte com a arte (a pintura e a literatura), do pensamento com a declaração da consciência da impossibilidade de dizer tudo que se sabe, a qual caracteriza o querer da autora para si, atravessando tanto “o substrato vibrante da palavra repetida em canto gregoriano” (LISPECTOR, 1998a, p. 11) quanto o plasma – “quero me alimentar diretamente da placenta” (LISPECTOR, 1998a, p. 9) – para “capturar o presente que pela sua própria natureza me é interdito” (LISPECTOR, 1998a, p. 9).
Em A paixão segundo G.H., está posto o mergulho com as entranhas vivas e o abandono dos próprios atributos para tocar no “misterioso fogo manso daquilo que é um plasma” e atingir a própria neutralidade viva, capaz de captar o instante, o milagre. É, também, a mesma protagonista que descreve sua descida ao inferno como o neutro, em sintonia com o instante no qual ele acontece e, atenta a tudo que constitui o momento, “em luta com a vibração última” (LISPECTOR, 1998a, p. 11); nesse estado, a coisa, essa palavra que existe antes da palavra, atrás do pensamento e antes da criação, prescreve e pressente um curso criador, como na sensibilidade do intelecto de Fayga Ostrower, na qual não seria possível criar sem intuir; existe um vislumbre, uma visão “que encerra um pressentimento, até mesmo uma espécie de pré-conhecimento, em função do qual se reconhece a validez das possibilidades que surgem na mente, identificando-as como dados reais de uma nova configuração” (OSTROWER, 1998, p. 56). A configuração do nascer com o tempo e crescer nele constela a escrita com respeito a esse vislumbre, que é orgânico e sincrônico a uma aleluia que há no fundo de tudo e está contido no que existe entre o nunca e o sempre, “que os liga tão indiretamente e intimamente” (LISPECTOR,
1998a, p. 33). Desprovida de vontade, pura, só, na obscuridade criadora, porém, a escuridão é lúcida e a estupidez luminosa:
No fundo de tudo há a aleluia.
Este instante é. Você quem me lê é.
[…]
A impressão é que estou por nascer e não consigo.
Sou um coração batendo no mundo.
Você que me lê que me ajude a nascer.
Espere: está ficando escuro. Mais.
Mais escuro.
O instante é de um escuro total.
Continua.
Espere: começo a vislumbrar uma coisa. Uma forma luminescente.
[…]
Espere – pois sairei dessa escuridão onde tenho medo, escuridão e êxtase. Sou coração da treva.
[…]
Agora as trevas vão se dissipando.
Nasci.
Pausa.
Maravilhoso escândalo: nasço (LISPECTOR, 1998a, p. 33-34).
O escândalo do nascimento desvela o eu puro, virgem – o it, o que não se sabe, que é sinônimo do insuportável, isto é, o tempo em que “quando a existência de mim e do mundo ficam insustentáveis pela razão – então me solto e sigo uma verdade latente” (LISPECTOR, 1998a, p. 37). A tessitura da verdade latente está no fazer-se até chegar ao caroço: “o mundo por um instante é o que o meu coração pede. Estou prestes a morrer-me e constituir novas composições” (LISPECTOR, 1998a, p. 37); sentir a própria neutralidade viva, capaz de captar o “instante já”; o milagre e a aleluia existentes no fundo de tudo estão no fazer-se até o caroço, acessando as entranhas vivas e o abandono dos próprios atributos para tocar e ser tocado no e pelo tal instante do it, na verdade da coisa: “Eu sou puro it que pulsava ritmadamente” (LISPECTOR, 1998a, p. 35). A narradora, que escreve a um homem que amou, não promete uma história, nem mesmo uma ficção, mas sustenta o fato de que o it pode ser insuportável ou mesmo insustentável: “Mas tem it. Quem suporta? It é mole e é ostra e é placenta” (LISPECTOR, 1998a, p. 35). No cenário da fonte de água pura – fontes, lagoas e cachoeiras, a semente viva, as cavernas com seus viços, lodos lamacentos, seus bichos venenosos, nojentos e macabros –, a natureza viva, indiferente e comum ao mundo e do mundo, conversa com o inorgânico, com o infinito, com o mistério do impessoal. A prima matéria, essência e extrato vital que mantém e renova a vida, é surpreendida pela ação da coisa, no instante do mistério do impessoal que é o it:
[…] eu tenho o impessoal dentro de mim e não é corrupto e apodrecível pelo pessoal que às vezes me encharca: mas seco-me ao sol e sou um impessoal de caroço seco e germinativo. Meu pessoal é húmus na terra e vive do apodrecimento. Meu “it” é duro como uma pedra-seixo (LISPECTOR, 1998a, p. 28).
Água que brota da fonte, na escrita e na palavra de Clarice está seu compromisso com o nascer – maravilhoso escândalo – que é a vida, cujo tempo é o instante: “só me comprometo com vida que nasça com o tempo e com ele cresça: só no tempo há espaço para mim” (LISPECTOR, 1998a, p. 10). Esse espaço encharcado pelo pessoal apodrecível tem o mistério do impessoal, duro como uma pedra-seixo, junto a si configurado. O viver e o morrer, imersos no que grita e pulula, são sutis como a realidade mais intangível, e o contato com o invisível núcleo da realidade é de tangível pureza. Água viva detém essa pureza tangível do núcleo da realidade que percorre o tempo, o milagre e a beatitude, no enfrentamento da própria neutralidade viva, capaz de captá-los. A neutralidade sugere o it porque recebe o tempo virgem, indiferente; ela, a neutralidade viva, é a assepsia original, por excelência, daquilo que é no antes do pensamento, no antes da imagem e, por conseguinte, no antes mesmo das sensações possíveis ao se projetarem e nominarem as coisas: a coisa.
Contudo, o milagre e a beatitude são e estão nesse tempo original que insiste em irromper como instante. Em A paixão segundo G.H., o milagre era “um desejo de descontinuidade e de interrupção, o desejo de uma anomalia: eu chamava de milagre exatamente o momento em que o verdadeiro milagre contínuo do processo se interrompia” (LISPECTOR, 2009, p. 169).
2. O estado de graça
A interrupção no tempo em que ocorre o verdadeiro milagre contínuo era o instante da beatitude no tempo manifesto e indiferente – uma anomalia. O descontinuar, o suspender – Clarice fala mesmo em transporte e levitação – como a sensação possível para descrever a beatitude, a bem-aventurança ou, ainda, o estado de graça. O que encontra no verbete “beatitude”, com a intenção de entender e escrever para tornar eterno esse instante, não a atraiu e discorda dos sentidos encontrados no dicionário, tais como absorção em contemplação mística, gozo da alma e felicidade tranquila. Sua experiência é de silêncio e espanto, sentindo-se um objeto urgente, sendo indizível o que lhe aconteceu em forma de sentir. Clarice parece suplicar ao homem a quem amou e ao qual escreve, e também ao leitor, a empatia de sentir com ela essa felicidade suprema, imersa nessa sensação súbita, porém suave. “A luminosidade sorria no ar: exatamente isso. Era um suspiro do mundo” (LISPECTOR, 1998a, p. 79). A narradora desvela esse instante, aqui também, como o estado de graça, que se manifesta e se revela e não tem nenhuma utilidade nem algo especial, como a inspiração que acontece aos artistas possuir. “É como se viesse apenas para que se soubesse que realmente se existe e existe o mundo […]. É uma lucidez de quem não precisa mais adivinhar: sem esforço, sabe. Apenas isto: sabe. Não me pergunte o quê, porque só posso responder do mesmo modo: sabe-se” (LISPECTOR, 1998a, p. 79-80). Há também, contudo, uma bem-aventurança física incomparável, na qual o corpo se transforma em um dom, sendo experimentada a dádiva indubitável de existir no milagre e na matéria em fonte direta. “Não é nem de longe o que mal imagino deve ser o estado de graça dos santos. […] É apenas a graça de uma pessoa comum que a torna de súbito real porque é comum e humana e reconhecível” (LISPECTOR, 1998a, p. 80).
E Clarice prossegue no intento da permanência da eternidade contínua na escrita de Água viva: o instante está em algo como “à margem da beatitude”, subsidiada por um pensamento livre, sem autor, e essa é a marca da beatitude:
A beatitude começa no momento em que o ato de pensar liberou-se da necessidade de forma. A beatitude começa no momento em que o pensar-sentir ultrapassou a necessidade de pensar do autor – este não precisa mais pensar e encontra-se agora perto da grandeza do nada. Poderia dizer do “tudo”. Mas “tudo” é quantidade, e quantidade tem limite no seu próprio começo. A verdadeira incomensurabilidade é o nada, que não tem barreiras e é onde uma pessoa pode espraiar seu pensar-sentir (LISPECTOR, 1998a, p. 82).
Finalmente, na perspectiva de uma autobiografia (MANZO, 1998), Clarice se manteve na graça da narradora e, como a narradora, sentada, quieta e silenciosa. A experiência no momento ou perto do instante é próxima à da anunciação, não precedida por anjos, “mas é como se o anjo da vida viesse me anunciar o mundo” (LISPECTOR, 1998a, p. 80). O mundo anunciado é o momento em que ganha corpo e alma e continua a respiração do mundo inscrita em seu tempo, atravessada pela intuição do instante, presente em toda a obra de Clarice Lispector. Em Água viva está a vibração interna do it que flui na literatura completa: o objeto gritante, a ausência de Deus como um ato de religião – o instante do desespero que é divino, mesmo para os crentes. A necessidade de Deus mais que da força humana e a necessidade de Deus vir a ela, já que não tem ido a ele, compõem a entrega, a aceitação do pior e a entrada no âmago da morte estando viva:
Que o Deus venha: por favor. Mesmo que eu não mereça. Venha. Ou talvez os que menos merecem mais precisem. Sou inquieta e áspera e desesperançada. Embora amor dentro de mim eu tenha. Só que não sei usar amor. Às vezes me arranha como se fossem farpas. Se tanto amor dentro de mim recebi e no entanto continuo inquieta é porque preciso que Deus venha. Venha antes que seja tarde demais. Corro perigo como toda pessoa que vive. E a única coisa que me espera é o inesperado. Mas sei que terei paz antes da morte e que experimentarei um dia delicado da vida. Perceberei – assim como se come e se vive o gosto da comida. Minha voz cai no abismo do teu silêncio. Mas nesse ilimitado campo mudo desdobro as asas, livre para viver. Então aceito o pior e entro no âmago da morte e para isso estou viva. O âmago sensível. E vibra-me esse it (LISPECTOR, 1998a, p. 51).
3. Intuição mística
Clarice reconta as nuances do instante vital e personifica as sensações atrás do pensamento em estado neutro, compreendendo a fatalidade do acaso, sem que exista nisso contradição (LISPECTOR, 1998a, p. 62-63). A vibração do it, o impessoal vivo do it cruza o saber do coração batendo no peito, o devorar de uma vida violenta e trágica, na qual as cobras se enlaçam enquanto as estrelas tremem e, ainda, pingam gotas de água na obscuridade fosforescente da gruta.
Na descese de Clarice – como apreende, de fato, Berta Waldman (1992) –, é importante considerar o instante, personagem principal de Água viva, como uma denúncia no mundo vivo e nu, isto é, no plasma de sua narrativa, na grandeza e na incomensurabilidade do nada, e, no silêncio, respirar as interrupções no tempo em que ocorre o milagre do tempo contínuo, em que a escrita nua (PENNA, 2010) inspira e respira o que a palavra não é capaz de dizer: o it. A coisa.
Ainda que desprovida de qualquer sensação extática, a intuição mística de Clarice se dá no abismo do silêncio do inesperado e na dádiva indubitável de existir no milagre e na matéria visceral em fonte direta.
Na dúvida do acometimento da Graça, em Um sopro de vida:
O que está me acontecendo é a Graça? Porque o corpo eu não o sinto, ele não me pesa, nem deseja, o espírito não se contorce e não busca, envolve-me numa aura luminosa de silêncio: pairo no ar, livre do tempo mas plenamente neste próprio instante, sem antes, nem depois. Me recebo e o mundo não me toca. Para eu ser duas e haver a participação do estado, olho-me ao espelho, olho a outra de mim. E vejo que minha aparência fluida tem a graça do flutuante rosto humano. Então sinto com um prazer delicadíssimo que sou uma. E um ar de verdade. Estou finalmente descalça (LISPECTOR, 1987, p. 142).
Na condição humana constelada na dor que somos, já que vivê-la é nossa paixão, em A paixão segundo G.H.:
É exatamente através do malogro da voz que se vai pela primeira vez ouvir a própria mudez e a dos outros e a das coisas, e aceitá-la como a possível linguagem. Só então minha natureza é aceita, aceita com seu suplício espantado, onde a dor não é alguma coisa que nos acontece, mas o que somos. E é aceita a nossa condição como a única possível, já que ela é o que existe, e não outra. E já que vivê-la é a nossa paixão. A condição humana é a paixão de Cristo (LISPECTOR, 2009, p. 175).
Na Via crucis do corpo, em “Por enquanto”, sem assunto:
A questão é saber aguentar. Pois a coisa é assim mesmo. Às vezes não se tem nada a fazer e então se faz pipi. Mas se Deus nos fez assim, que assim sejamos. De mãos abanando. Sem assunto (LISPECTOR, 1998c, p. 45).
No vazio que enche a alma dos santos, em A hora da estrela:
A maior parte do tempo tinha sem o saber o vazio que enche a alma dos santos. Ela era santa? Ao que parece. Não sabia que meditava pois não sabia o que queria dizer a palavra. Mas parece-me que sua vida era uma longa meditação sobre o nada. Só que precisava dos outros para crer em si mesma, senão se perderia nos sucessivos e redondos vácuos que havia nela. Meditava enquanto batia à máquina e por isso errava ainda mais (LISPECTOR, 1999, p. 44).
Aquela relutância em ceder, mas aquela vontade do grande abraço. Ela se abraçava a si mesma com vontade do doce nada. Era uma maldita e não sabia. Agarrava-se a um fiapo de consciência e repetia mentalmente sem cessar: eu sou, eu sou, eu sou. Quem era, é que não sabia. Fora buscar no próprio profundo e negro âmago de si mesma o sopro de vida que Deus nos dá (LISPECTOR, 1999, p. 85).
Silêncio. Se um dia Deus vier à terra haverá silêncio grande. O silêncio é tal que nem o pensamento pensa (LISPECTOR, 1999, p. 87).
Na mudez da palavra de Deus, em Uma aprendizagem ou O livro dos prazeres:
Já quis estar morta, não porque não quisesse a vida – a vida que ainda não lhe dera o seu segredo – mas porque ansiava por essa integração sem palavras. Mas a palavra de Deus era de tal mudez completa que aquele silêncio era Ele próprio (LISPECTOR, 1998b, p. 65).
Referências Bibliográficas
LISPECTOR, Clarice. A hora da estrela. Rio de Janeiro: Rocco, 1999.
LISPECTOR, Clarice. A paixão segundo G.H. Rio de Janeiro: Rocco, 2009.
LISPECTOR, Clarice. A via crucis do corpo. Rio de Janeiro: Rocco, 1998c.
LISPECTOR, Clarice. Água viva. Rio de Janeiro: Rocco, 1998a.
LISPECTOR, Clarice. Um sopro de vida. São Paulo: Círculo do Livro, 1987.
LISPECTOR, Clarice. Uma aprendizagem ou O livro dos prazeres. Rio de Janeiro: Rocco, 1998b.
MANZO, Lícia. Era uma vez: eu: a não ficção na obra de Clarice Lispector. Curitiba: Secretaria de Estado da Cultura: The Document Company – Xerox do Brasil, 1998.
OSTROWER, Fayga. A sensibilidade do intelecto. Rio de Janeiro: Campus, 1998.
PENNA, João Camillo. O nu de Clarice Lispector. Alea: Estudos Neolatinos, Rio de Janeiro: UFRJ, v. 12, n. 1, 2010.
WALDMAN, Berta. Clarice Lispector: a paixão segundo C.L. 2. ed. São Paulo: Escuta, 1992.
Maria José Caldeira do Amaral*
*é psicóloga clínica, mestre e doutora em Ciências da Religião/CREPUC-SP, coordenadora do grupo de pesquisa A Experiência Mística e o Conhecimento – Amor, Desejo, Sofrimento e Êxtase (Labô PUC-SP/Fundasp). E-mail: [email protected]