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Publicado em número 231 - (pp. 17-21)

A Segunda Carta de Pedro e os falsos mestres

Por Shigeyuki Nakanose, svd

“Amados, esta já é a segunda carta que vos escrevo, procurando em ambas despertar o vosso pensamento sadio com algumas admoestações” (2Pd 3,1). Uma carta-testamento, pois, segundo o autor, o texto foi escrito diante da proximidade de sua morte (2Pd 1,14-15). Mas o que existe em comum entre as duas cartas atribuídas a Pedro? Entre elas há mais diferenças do que semelhanças.

A primeira carta de Pedro é uma carta prática, cuja preocupação é a vivência concreta das comunidades. A segunda carta de Pedro é mais doutrinal. O clima de tensão, de agressão verbal e de hostilidade social que aparece na primeira não é o mesmo da segunda, em que o contexto é de uma discussão sobre a doutrina (2Pd 2,1).

Outra diferença a considerar é a linguagem: em vez do estilo simples, correto e cheio de vida da primeira carta de Pedro, a segunda é escrita de maneira mais difícil, formal e com linguagem dura. Uma das características da primeira é a ampla utilização do Antigo Testamento. O mesmo não acontece com a segunda carta, que utiliza apenas algumas citações do Antigo Testa­mento (2Pd 2,22: Pr 26,11; 2Pd 3,8; Sl 90,4; 2Pd 3,13: Is 65,17).

Na segunda carta de Pedro encontramos também algumas tradições e figuras bíblicas: relatos da criação (2Pd 3,5; cf. Gn 1,6-9), o pecado dos anjos (2Pd 2,4; cf. Gn 6,1-2), o dilúvio (2Pd 2,5; cf. Gn 6-8), a ruína de Sodoma e Gomorra (2Pd 2,6-8; cf. Gn 19), Ló (2Pd 2,7; cf. Gn 19,1-16) e a perda de Balaão (2Pd 2,15-16; cf. Nm 22).

A segunda carta de Pedro lembra, mas não cita explicitamente, os livros do Novo Testamento. O único lugar que menciona a primeira carta de Pedro é em 2Pd 3,1. O autor faz referência às cartas paulinas (2Pd 3,15-16), mas não utiliza um texto específico, mesmo quando trata de temas próprios de Paulo, como a filiação divina ou a fé (2Pd 1,3-4). Dos evangelhos há somente uma citação: a transfiguração (2Pd 1,17-18; cf. Mt 17,1-5). Texto bastante usado na segunda carta de Pedro é a carta de Judas.

Há muitas diferenças entre as duas cartas atribuídas a Pedro. Possivelmente não foram es­critas pela mesma pessoa ou grupo. Uma olhada no vocabulário é suficiente para constatar isso. Na segunda carta de Pedro há 57 termos exclusivos dessa carta; desses, 32 não aparecem na Bíblia grega e três nem sequer na literatura grega. São eles: insaciável, zombadores, folia-loucura (cf. 2Pd 2,14.16; 3,3). Mas, afinal, quem escreveu essa carta-testamento?

 

1. Uma palavra sobre o autor

A segunda carta de Pedro também é um escrito pseudônimo. Na época, era costume escrever um texto e apresentá-lo como se fosse da autoria de uma pessoa importante e reconhecida no seu meio. Essa carta foi apresentada como sendo de Pedro por se tratar de uma autoridade apostólica reconhecida e aceita nas comunidades cristãs: “Simão Pedro, servo e apóstolo de Jesus Cristo” (2Pd 1,1).

O texto escrito em forma de carta-testamento e sob a autoridade de Pedro é uma estratégia teológico-pastoral, que poderia representar a visão de toda a Igreja. Sobre a verdadeira identidade do autor quase nada sabemos. Mas, com base na qualidade literária desse escrito, podemos dizer que era uma pessoa culta, da cidade e conhecedora da tradição judaica, helenística e cristã.

É possível que o autor da segunda carta de Pedro fosse membro do grupo de discípulos de Pedro da comunidade de Roma. Uma comunidade ou grupo que conhecia bem o ensinamento desse apóstolo e, diante dos conflitos do momento presente, procurou atualizar a doutrina apostólica para as novas gerações.

A segunda carta de Pedro é semelhante à antiga literatura cristã de Roma. Foi aceita na lista dos livros sagrados como sendo do apóstolo Pedro, conclusão advinda do fato de a carta conter a doutrina apostólica. Ainda permanecem duas questões: quando e para quem foi escrita?

 

2. Situando no tempo

Para localizar no tempo a segunda carta de Pedro, é importante ter presentes os seguintes dados:

a) O autor cita o evangelho de Mateus (2Pd 1,17-18; cf. Mt 17,1-5). O evangelho de Mateus foi escrito por volta do ano 85.

b) A segunda carta de Pedro faz uma referência à primeira carta: “esta é a segunda carta que vos escrevo” (2Pd 3,1). A primeira carta de Pedro foi composta por volta do ano 90. Portanto, a segunda é posterior a essa data.

c) Quando a segunda carta de Pedro foi escrita, já circulava uma coleção das cartas paulinas (2Pd 3,16). Assim, essa carta também é posterior ao período apostólico.

d) No texto da 2Pd 3,4 lemos: “os pais morreram”, possivelmente uma referência à primeira geração de cristãos.

e) A discussão sobre o sentido da inter­pretação do texto cristão é uma problemática do início do século II. Essa temática está muito presente nesta carta (2Pd 1,19-21; 3,2.15-16).

f) A carta de Judas 4-16 é retomada e ampliada na segunda carta de Pedro 2,1-18; porém, o autor desta carta teve o cuidado de eliminar as referências dos livros apócrifos contidas na carta de Judas, que possivelmente foi escrita por volta do ano 100.

 

Com base nesses dados é possível afirmar que a segunda carta de Pedro foi escrita no início do século II. Uma carta destinada às pessoas que “receberam, pela justiça de nosso Deus e Salvador Jesus Cristo, uma fé preciosa como a nossa” (2Pd 1,1). Essa segunda carta foi destinada às comunidades cristãs em geral — especialmente às Igrejas nomeadas na primeira carta de Pedro: Ponto, Galácia, Capadócia, Ásia e Bitínia (2Pd 3,1) — e a algumas comunidades onde circulavam cartas de Paulo (2Pd 3,15-16).

O que provocou o surgimento dessa carta circular foi o aparecimento de falsos mestres (2Pd 1,1), entre os quais havia até alguns membros das comunidades cristãs (2Pd 2,15.20-22). Os falsos mestres conseguiram muitos adeptos nas comunidades (2Pd 2,1-3.14.18).

Mas o que eles pregavam? Os falsos mestres, na tentativa de reforçar seus ensinamentos, lembravam que a parusia deveria ter acontecido durante a existência da primeira geração de cristãos, porém essa segunda vinda de Cristo não se realizou. Assim, começaram a dizer que a doutrina apostólica era fruto de uma fantasia (2Pd 1,16).

Portanto, no pensamento deles não haveria parusia nem julgamento (2Pd 2,3; 3,4); com isso, justificavam que tudo era possível e permitido. Para eles não tinha sentido viver de maneira reta. O autor da segunda carta de Pedro denuncia, de maneira forte, uma vida moral entregue aos vícios e paixões (2Pd 2,10-16).

A pregação dos falsos mestres atraiu muita gente, pois quem vivia de acordo com os princípios da moral cristã era excluído do trabalho e da vida social. Os encontros das associações ou dos clubes, em geral, aconteciam nos templos e estavam relacionados aos cultos de outras divindades. Os pregadores justificavam a participação dos cristãos, e alguns viam isso como um benefício, especialmente como possibilidade de conseguir trabalho.

Nesse contexto, a situação se complicou, pois a doutrina e a prática dos falsos mestres eram contrárias à pregação apostólica. A doutrina apostólica havia estabelecido que a vida cristã deveria ser uma vida santa à espera da parusia (2Pd 1,3-11; 3,11.14-15.18). Em quem acreditar? Quais os princípios a seguir? A segunda carta de Pedro nasce como uma resposta a essa situação de dúvidas e insegurança quanto aos ensinamentos recebidos.

 

3. A dificuldade de conviver com o diferente

Os falsos mestres afirmavam que a segunda vinda de Cristo não iria acontecer. Era conversa fiada. Tratava-se de ensinamento baseado em mitos e fábulas. O importante era gozar a vida plenamente. Viver uma vida entregue aos prazeres e à luxúria era convidativo, pois fazia parte da antiga tradição de muitas pessoas que tinham assumido a proposta de Jesus.

A presença de falsos mestres não é problema totalmente novo na vida das comunidades cristãs. A carta de Judas, escrita um pouco antes, apresenta conflitos com os falsos doutores, a saber:

— libertinagem (Jd 4.16): eles negam Jesus e agem de acordo com suas paixões;

— possuem conhecimento instintivo, como os animais (Jd 10): a crítica a essa forma de conhecimento pode estar ligada ao gnosticismo — um conhecimento secreto e individual;

— a participação nas refeições fraternas visa ao próprio interesse (Jd 12);

— bajulam pessoas por causa de seus interesses (Jd 16);

— os falsos profetas causam divisões e não possuem o Espírito (Jd 19).

 

O conflito com pessoas e grupos contrários à doutrina apostólica tornou-se mais crítico no tempo em que foi escrita a segunda carta de Pedro. A carta de Judas 4-16 foi retomada para nova investida contra os falsos mestres. A problemática era a mesma: a presença dos chamados falsos mestres nas comunidades cristãs estava causando divisões e dúvidas em relação à vivência e à fé cristã.

No cabeçalho dessa carta (2Pd 2,1-2), podemos ler o remetente, os destinatários e a seguinte saudação: “Que haja abundância de graça e paz, mediante o conhecimento de Deus e de Jesus Cristo nosso Senhor” (2Pd 1,2b), muito semelhante à introdução da carta de Judas (Jd 1-2). Em seguida, o autor passa a falar dos dons que cada pessoa recebeu de Deus para viver e consolidar a própria vocação e a eleição (2Pd 1,3-11). No texto de 2Pd 1,12-21 o autor, num tom de despedida, afirma que quer fazer algumas exortações. No v. 16, começamos a ficar por dentro do problema vivido por essas comunidades: “De fato, não tiramos de fábulas complicadas o que lhes ensinamos sobre o poder e a vinda do Senhor Jesus Cristo. Pelo contrário, falamos porque somos testemunhas oculares da majestade dele”.

Algumas pessoas que receberam essa carta já estavam acreditando que o anúncio da parusia de Cristo era apenas uma invenção humana. A pregação apostólica responde a essa acusação, retomando a experiência de ter sido testemunha ocular da glória de Cristo e de Deus (2Pd 1,17-18). A carta evoca o testemunho da Escritura: a palavra dos profetas (2Pd 1,19-21; 2,1; 3,2). E finaliza dizendo: “a profecia jamais veio por vontade humana. Pelo contrário, impelidas pelo Espírito Santo, as pessoas falaram como porta-vozes de Deus” (2Pd 1,21).

O capítulo 2 denuncia os falsos mestres, caracterizando-os como arrogantes, blasfemos, animais irracionais, malditos, fontes sem água, nuvens arrastadas pelo vento e corruptos (2Pd 2,10.12.14.17.20). O grupo que escreve a segunda carta de Pedro defende a tradição apostólica e busca no Antigo Testamento alguns exemplos de pessoas injustas que foram castigadas, deixando claro que os injustos não escaparão do julgamento de Deus.

Os ensinamentos dos falsos mestres destroem a doutrina apostólica, pois renegam Cristo como aquele que resgata a pessoa. Conforme podemos constatar, o capítulo 2 tem um tom ameaçador e violento. A intenção do autor é despertar as comunidades cristãs para que assumam atitude firme e clara contra os falsos mestres. Nesse sentido, vamos estudar o início desse capítulo (2Pd 2,1-3) e ver como o autor defende a tradição apostólica?

 

4. Ataque aos falsos mestres

“Houve falsos profetas no povo de Israel, e entre vocês também irão aparecer falsos mestres que trarão heresias perniciosas” (2Pd 2,1). A história se repete. Os falsos mestres já estão no meio do novo povo (2Pd 2,10-12.17-21; 3,5), e, além disso, o ensinamento deles atraiu muitas pessoas que receberam a segunda carta de Pedro (2Pd 2,2).

Fazia parte do senso comum das comunidades acreditar que, no final dos tempos, surgiriam falsos profetas (Mt 24,11; Mc 13,5.6.22; Ap 16,13). A segunda carta de Pedro usa a expressão “falso mestre” no plural, em grego pseudodidaskaloi, palavra que não aparece em nenhum outro texto do Novo Testamento. Destacamos essa expressão pela seguinte razão: nas primeiras comunidades cristãs, o papel do mestre era muito importante (At 13,1; 1Cor 12,28-29; Ef 4,11).

O próprio Jesus recebeu o título de mestre, e muitos de seus seguidores e seguidoras também assumiram a função de mestre (Mt 8,19; 9,11; Mc 4,38; 9,38; Lc 3,12; 20,21; Jo 11,28; 13,13). Chamar aqueles que estão ensinando uma doutrina contrária à fé cristã de falsos mestres é solapar-lhes a autoridade de mestre. É uma forma de desmascará-los! Eles estão introduzindo “heresias perniciosas”, ou seja, uma doutrina que leva à ruína.

Um ensinamento é considerado perigoso quando divide a comunidade e não produz vida. O que não sustenta a vida não pode ser de Deus, pois Deus quer que todas e todos tenham vida plena. Esse foi o programa assumido por Jesus. A nova doutrina também negava que Cristo, com sua vida, morte e ressurreição, havia nos resgatado.

Na Bíblia grega, bem como na literatura grega em geral, o verbo agorazo, usado para a palavra resgatar, tem o sentido de comprar. Trata-se de aquisição comercial (Gn 41,57; Is 55,1). No Novo Testamento, encontramos várias passagens que usam esse mesmo verbo no sentido de comprar (Mt 13,44; Mc 6,36; Jo 13,29; Ap 13,17), mas há também o sentido de resgate: “Alguém pagou alto preço pelo resgate de vocês” (1 Cor 6,20; 7,23; cf. 2Pd 2,1; Ap 5,9; 14,3-4). Quem realiza essa ação é Cristo. Mas os falsos mestres não aceitam Jesus Cristo como o redentor. Dessa forma, minam o fundamento da fé cristã. Diante da prega­ção deles, as comunidades ficam inseguras, alguns até acreditam e acabam assumindo a nova doutrina.

O texto de 2Pd 2,2 expõe o resultado da pregação dos falsos mestres: muitos seguirão a doutrina ensinada por eles. Mas que doutrina é essa? Conforme a segunda carta de Pedro e a de Judas, é uma doutrina dissoluta, ou seja, perversa, pomposa, vazia e devassa (2Pd 2,7.18; Jd 4). No Novo Testamento, a palavra “dissoluta” é usada no sentido de libertinagem sexual (Mc 7,22; Rm 13,13; 2Cor 12,21). Por causa dessa doutrina, o caminho da verdade cairá em descrédito, será abandonado. Nas primeiras comunidades a expressão “caminho” definia a pregação, a fé e a vida cristã (cf. At 16,17; 18,25-26; 19,9.23; 22,4).

A obra dos falsos mestres segue na contramão da vida e da fé cristã, pois não visa ao bem da comunidade, mas sim ao próprio interesse: “Levados pelo amor ao dinheiro, procurarão, com palavras enganosas, fazer de vocês objeto de negócios” (2Pd 2,3a). Ou seja, as pessoas da comunidade serão tratadas como mercadorias, objetos de compra e venda. Os falsos mestres agem dessa maneira porque negam o julgamento divino e a intervenção de Deus na história. Mas o autor adverte: o fim dessas pessoas será o julgamento e a destruição (2Pd 2,3b).

A propósito, qual é a identidade dos falsos mestres? Para responder a essa pergunta, é preciso ter presentes as várias correntes religiosas e filosóficas existentes na sociedade daquele tempo.

 

5. O movimento de Jesus e a filosofia epicurista

Conforme a segunda carta de Pedro, os falsos mestres eram aquelas e aqueles que provocavam confusão e divisão na comunidade (2Pd 2,2-3). Onde os falsos mestres fundamentavam seus ensinamentos para negar a parusia e o julgamento de Deus, que era uma perspectiva da tradição judaica?

Seus ensinamentos ganharam corpo com base nas ideias e concepções das correntes filosóficas da época, especialmente dos filósofos epicuristas. Conforme o ensinamento dessa escola filosófica, fundada por Epicuro (342-270 a.C.), a alma é composta de certo número de átomos ligados um ao outro; quando esse conjunto se rompe, a pessoa morre. O objetivo da vida humana é a busca do prazer, a satisfação dos próprios desejos, não no sentido negativo, mas racional. Para os epicuristas, Deus é totalmente transcendente, não está nem um pouco preocupado com a humanidade. Negam a providência de Deus, e, consequentemente, nem a parusia nem o julgamento divino têm sentido. Nessa visão, a doutrina apostólica fica sem fundamento.

Além dessa corrente filosófica, é importante ter presente que as comunidades cristãs entraram em conflito com vários grupos religiosos; por exemplo, com os judeus fariseus que não reconheciam Jesus como Messias. Os choques com esse grupo foram constantes, tanto por motivo religioso como político. Os judeus fariseus não queriam ser confundidos com os grupos de cristãs e cristãos. Além desse grupo, existiam as religiões de mistérios — muitas. A palavra mistério, na época helenística, indicava “ritos ou cultos secretos”, dos quais só os iniciados podiam participar. Essas religiões prometiam a libertação integral da pessoa humana e lhe asseguravam a salvação.

As comunidades cristãs do final do século I e início do século II conviveram com esses grupos religiosos. No meio dessa multiplicidade de grupos e tendências religiosas, dentro e fora das comunidades cristãs, um em particular procura defender também a tradição apostólica. Talvez por isso tenha assumido uma postura defensiva e de ataque contra aqueles que estavam causando confusão na cabeça das pessoas.

 

6. Conviver com o diferente

A segunda carta de Pedro afirma que os falsos mestres são “atrevidos, presunçosos, não hesitam em blasfemar”, são como “animais irracionais”, “homens impuros e pervertidos”, “são seres malditos”, “fontes sem água” (2Pd 2,10.12-­14.17). Veja que interessante: em vez de apontar o erro da doutrina dos falsos mestres, a carta desautoriza o ensinamento deles, dizendo que são pessoas que não merecem credibilidade. E acrescenta que eles serão destruídos (2Pd 2,3).

Sempre existiram diferentes tendências dentro do movimento de Jesus (At 15,1-29). Sua prática e sua mensagem foram adaptadas conforme as necessidades e os interesses de cada comunidade, dando origem ao cristianismo com diversos rostos. Por isso, ao ler um texto bíblico, é necessário considerar a realidade cotidiana das comunidades que estão por trás do texto, seus conflitos, lutas, vitórias, derrotas e conquistas.

Ainda hoje, conviver com diferentes doutrinas religiosas continua sendo um desafio, especialmente diante da multiplicidade de religiões e de Igrejas existentes no Brasil. Temos interpretações diferentes, mas o critério que deve nos unir, assim como uniu as primeiras comunidades cristãs, é a prática da justiça e a defesa da vida.

 

 

 

Shigeyuki Nakanose, svd