Publicado em março-abril de 2011 - ano 52 - número 277
O clima está esquentando. Eu e você temos a ver com isso
Por Vilmar Sidnei Demamam Berna
Estamos diante de uma verdadeira emergência planetária. A crise climática não é um assunto político. É um desafio moral e espiritual para toda a humanidade.
(Al Gore, ex-vice-presidente dos Estados Unidos,
um dos vencedores do Prêmio Nobel da Paz de 2007)
Quando uma pessoa está com febre, é fundamental tomar logo dois tipos de atitudes: uma emergencial, para abaixar a febre, e outra para descobrir e resolver o problema que a está causando. Sabemos que medidas para abaixar a febre são necessárias e urgentes, mas paliativas. Para resolver o problema de verdade, só indo à sua origem.
Com o nosso planeta não parece ser diferente. Como um organismo vivo, ele está com febre. E o problema não está no cobertor de gases de efeito estufa que o envolve, situado lá há milênios; além disso, o planeta sempre conseguiu autorregular sua temperatura. O problema está no aumento exagerado desse cobertor! Quando estamos com frio, um cobertor é agradável para ajudar a aquecer, mas se, em vez de um, usamos vários cobertores, o que era agradável se torna desagradável.
Com a opção das sociedades humanas, principalmente após a invenção das máquinas, pela geração de energia mediante a queima de madeira e de combustíveis fósseis, o cobertor de gases de efeito estufa sobre o planeta aumentou consideravelmente, e o resultado é um aquecimento global como nunca visto antes em toda a história humana. As consequências disso já são sentidas por todos os cantos do planeta, com mudanças climáticas severas, derretimento das calotas polares e o decorrente aumento dos oceanos, atingindo a todos, ricos e pobres.
É urgente substituir a matriz energética petroquímica por outras mais limpas, que não agravem o efeito estufa, e investir em tecnologias e conhecimentos que compensem as emissões que não conseguimos evitar. Se não pelo planeta e pelos outros seres da natureza, por nós próprios, segundo alertou James Lovelok: “Não é a terra que é frágil. Nós é que somos frágeis. A natureza tem resistido a catástrofes muito piores do que as que produzimos. Nada do que fazemos destruirá a natureza. Mas podemos facilmente nos destruir”.
1. A força das evidências
Um dos maiores vilões do agravamento do aquecimento global é a emissão de dióxido de carbono. O excesso dele na atmosfera é resultado da queima de combustíveis fósseis (como petróleo, gás natural e carvão mineral) e de desmatamentos e queimadas (as chamadas mudanças drásticas no uso do solo, um ecossistema que absorve o CO2). Segundo a Organização Meteorológica Mundial (OMM), organismo da Organização das Nações Unidas (ONU), em 2006, o mundo bateu novo recorde de concentração de dióxido de carbono na atmosfera.
Outro vilão, encontrado em menor quantidade, é o metano, liberado pela produção e transporte de petróleo e gás e por processos digestivos de animais ruminantes, como o boi. O óxido nitroso é liberado por fertilizantes agrícolas, e o CFC é expelido pelos refrigeradores, condicionadores de ar e, ainda, por alguns aerossóis.
Dados de cientistas e especialistas reunidos pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) demonstram que, em cem anos, a concentração de CO2 na atmosfera aumentou em 25%, coincidindo com a era industrial. As mudanças no clima e o aumento da temperatura no planeta são uma realidade – ao longo dos mesmos cem anos, a temperatura subiu entre 0,4 e 0,8°C, sendo as últimas duas décadas as mais quentes do século, segundo números da organização. Até 2100, projeções indicam que a temperatura da superfície da Terra deve se elevar entre 2ºC e 4,5°C.
De acordo com as últimas informações e pesquisas da Nasa e da Agência Espacial Europeia (ESA), o degelo no Ártico é o maior em um século, encolhendo-o em mais de 1 milhão de quilômetros quadrados em 2007. A cada ano, a parte do gelo marinho que derrete é cada vez maior, e a que recongela é cada vez menor. Consequentemente, já está aberta a passagem noroeste, entre os oceanos Atlântico e Pacífico, nas águas territoriais do Canadá.
Outra evidência está na intensidade dos furacões, cada vez mais fortes devido ao aquecimento das águas. A ocorrência de furacões das categorias 4 e 5 (os mais intensos da escala) dobrou nos últimos 35 anos. O Brasil entrou na rota desses ciclones: pela primeira vez, o litoral sul do país foi varrido por um forte ciclone, em 2004.
A elevação do mar, desde o início do século passado, está entre 10 e 25 centímetros. Em certas áreas litorâneas, como algumas ilhas do Pacífico, isso significou um avanço de cem metros na maré alta. Uma estimativa de 2006 do IPCC indica que o nível das águas poderá subir entre 14 e 43 cm até o fim deste século.
Os desertos também estão avançando. O total de áreas atingidas por secas dobrou em 30 anos. Um quarto da superfície do planeta é agora de deserto. Só na China, as áreas desérticas avançam 10 mil quilômetros quadrados por ano, o equivalente ao território do Líbano.
O mais cruel de tudo isso é que os mais prejudicados são os que não têm como se defender, os pobres. A ONU estima que 150 mil pessoas morram anualmente por causa de secas, inundações e outros fatores relacionados diretamente ao aquecimento global. Estima-se que, em 2030, o número dobrará. A incapacidade do mundo de reduzir os níveis de pobreza está contribuindo para a instabilidade global, na forma de terrorismo, guerras, doenças contagiosas e degradação ambiental. Trata-se de um ciclo vicioso: a degradação ambiental exacerba a pobreza, o que contribui ainda mais para a instabilidade global. É quase impossível assegurar paz duradoura e estabilidade quando existem desigualdades imensas e os sistemas naturais que nos sustentam permanecem sob ameaça.
O grande vilão do aquecimento global, os EUA, já anunciou que nos próximos dez anos estará investindo em energia solar, eólica e biomassa para se livrar da dependência do petróleo. A idade da pedra não acabou por falta de pedras! Assim como a idade do petróleo não vai acabar por falta de petróleo! Até quando o petróleo continuará custando caro o bastante para justificar o investimento para tirá-lo de onde está, diante de um planeta cada vez mais aquecido?
Será que a nova sociedade de baixo carbono estará disposta a continuar correndo riscos com o uso de combustível comprovadamente aquecedor do nosso planeta? A Holanda já gasta hoje milhões de dólares de seus contribuintes para manter o mar afastado. Estaremos nos encaminhando para um cenário parecido? Se tomarmos a decisão de aumentar o “cobertor” de gases de efeito estufa sobre o planeta, também precisaremos estar preparados para as suas consequências!
2. O poder da informação
O aquecimento global é um problema de fato, é um mito de ambientalistas catastróficos ou uma jogada de marketing de Al Gore para ocupar a presidência dos EUA? É preciso separar o que é um fenômeno natural do que é, de fato, o problema. Sem dúvida, não há nada de errado com o fenômeno natural chamado de efeito estufa, que provoca o benéfico aquecimento global. O problema está no agravamento desse fenômeno, como resultado da emissão exagerada de gases de efeito estufa (GEE) em decorrência das atividades humanas.
A indústria do tabaco, durante cerca de 40 anos, tentou manter a opinião pública em dúvida sobre o fumo. E não foram poucas as vezes em que cientistas vieram a público para apoiar a indústria do tabaco, sob o argumento de que não havia evidências científicas suficientes para afirmar que o fumo causava mal à saúde. Até que, quatro décadas depois, já não foi possível esconder o sol com a peneira, e a indústria do fumo passou a amargar grandes prejuízos, com indenizações milionárias pagas a fumantes induzidos ao vício pela máquina de propaganda do cigarro.
Parece que não aprendemos com os erros. Pessoas que procuram lançar dúvidas sobre a opinião pública acerca do agravamento do aquecimento do clima podem estar sendo úteis para a tentativa da indústria do petróleo de manter seus lucros. Dizendo atender à necessidade de todos, pequena parcela da humanidade tem se apropriado dos recursos naturais para acumular imensas riquezas e imenso poder. Para não correr o risco de perder tais privilégios, esses poderosos usam de meias verdades e até mesmo de mentiras para manter o restante da humanidade, mais que submissa, desejosa de alcançar os mesmos padrões de riqueza e poder, em vez de pretender combatê-los! Essa dominação não se dá pela força das armas, mas pela força das ideias, transmitidas pelos meios de comunicação de massa e, principalmente, pela propaganda do rádio e da televisão. Não é por acaso que esses meios de comunicação de massa são controlados por meia dúzia de famílias ou grupos poderosos, que, antes de estarem comprometidos com o esclarecimento e a libertação da sociedade da escravidão do consumismo, na verdade estão comprometidos com esse modelo que os faz e os mantém poderosos e privilegiados.
Estrategicamente, nossas necessidades humanas, como comer, morar, vestir etc. foram exploradas para nos escravizar ao consumismo. O individualismo, a competição, o materialismo, a ganância, a mesquinhez e a indiferença passaram a ser valorizados como positivos, numa sociedade em que exibir sinais de riqueza é confundido com felicidade ou sucesso. É falsa a ideia de que existe uma corrida pelo progresso e desenvolvimento, na qual os melhores e mais merecedores chegaram antes, como os ricos e os países do chamado Primeiro Mundo. É falsa porque, se todos alcançarem o mesmo padrão de consumo, não haverá planeta Terra de recursos naturais para todos! No entanto, vivemos tentando reproduzir os mesmos hábitos de consumo e elegemos os países de Primeiro Mundo como ideal a ser perseguido!
É falsa a ideia de que o problema em nossa sociedade é decorrente do crescimento populacional. Se a quantidade de gente num lugar fosse determinante para avaliar a maneira como lidamos com os recursos naturais, então, em cidades com poucos habitantes, o meio ambiente estaria preservado! Se gente demais fosse o problema, gente de menos seria a solução, o que não é o caso. Cidades pequenas, com pouca densidade populacional, não teriam problemas ambientais! O fato é que uma única pessoa com uma caixa de fósforos sozinha no meio de um imenso cerrado pode causar mais danos à natureza que milhões de pessoas vivendo de maneira sustentável numa cidade. Ao lado da sociedade de consumo, somos a sociedade do desperdício. Quase metade dos alimentos produzidos é desperdiçada, ou porque apodrecem pelo caminho, ou porque o preço de mercado não compensa sua venda, ou porque deixamos sobrar no prato etc. Então é mentira a afirmação de que existem milhões passando fome porque o planeta já não consegue produzir alimentos para todos.
3. Pegada Ecológica
Não há nada de errado em consumir. Fazemos isso desde quando nascemos até quando morremos. O problema está no consumismo, que nos faz trocar necessidades por desejos. Por exemplo, uma pessoa pode resolver sua necessidade de sede com um copo d’água, mas nem uma dúzia de cervejas resolverá seu desejo de mostrar aos amigos que é forte e capaz de absorver álcool e ainda assim dirigir, ou que é bem-sucedido e, por isso, pode pagar por uma dúzia ou mais de cervejas, ou, ainda, que, para prolongar o tempo com os amigos, precisa adiar a “saideira”, oferecendo mais e mais cervejas!
O desejo de ser feliz, de ser aceito, respeitado e reconhecido na sociedade é bem humano e tem impulsionado nossa vida. Entretanto, a sociedade de consumo conseguiu capturar nosso imaginário com a falsa ideia de que, para sermos felizes ou reconhecidos, precisamos ter em vez de ser! Precisamos trabalhar para trocar nosso tempo de vida útil por dinheiro, de modo que com esse dinheiro tenhamos acesso aos bens que vão atender às nossas legítimas necessidades e também aos nossos desejos de felicidade e reconhecimento. Cada produto que consumimos tem seus recursos retirados de um único lugar, o planeta, e seus restos gerarão lixo, que, por sua vez, será destinado também a um único lugar, o planeta! Não existe “lá fora” no planeta Terra. As pedras que atirarmos para cima cairão em nossa cabeça, ou na cabeça de nossos filhos e netos! As consequências das mudanças climáticas e do esgotamento dos recursos naturais atingirão a todos, mas as perdas serão maiores para aqueles que não dispõem de recursos para se defender, como os mais pobres.
Então, ao lado dos problemas climáticos – e não com menor gravidade – está o consumismo, que nos leva a promover a destruição de mais de 20% dos recursos naturais do planeta, além da capacidade de regeneração da natureza, para produzir bens que, muitas das vezes, nem sequer serão consumidos! Por isso, é urgente adotar ações e medidas e desenvolver técnicas e conhecimentos que permitam avaliar corretamente onde, quanto e como estamos rompendo os limites da natureza e mostrem como evitar, atenuar ou compensar esses danos. Também é importante voltarmos o nosso olhar para outras culturas, como as de nossos povos tradicionais, indígenas, caiçaras, caboclos, não para viver como eles, pois cada um tem seu estilo de vida, mas para aprender com eles como é possível sobreviver, respeitando os limites da natureza. Infelizmente, nossa cultura de consumo, onde o dinheiro foi transformado em quase um deus, onde a cultura de subsistência é considerada pobreza, não acha que tenha algo a aprender com esses povos e os trata como um “estorvo” ecológico, ou como exóticos e incapazes. Mas até quando?
O atual estilo de vida humano está pondo em risco o futuro tanto das presentes gerações quanto das que nem nasceram ainda, mas já dependem de nossas decisões. A Pegada Ecológica de nossa espécie está consumindo em torno de 20% a mais do que o planeta consegue repor, segundo estudo realizado por 1.300 cientistas de 95 países. A Pegada Ecológica constitui uma forma de medir o impacto humano na Terra. Esse conceito, desenvolvido por Mathis Wackernagel e William Rees, autores do livro Our ecological footprint – reducing human impact on the Earth (1996), exprime a área produtiva equivalente de terra e mar necessária para produzir os recursos utilizados e para assimilar os resíduos gerados por dada unidade de população. E, como as relações entre as pessoas, as organizações e as nações não são iguais, uns conseguem explorar mais que outros. Segundo o Relatório Planeta Vivo – WWF, os povos da África e da Ásia usam em torno de 1,4 hectares por pessoa e os brasileiros usam em média 2,3 hectares, enquanto os povos da Europa Ocidental usam cerca de 5 hectares por pessoa. Nos EUA, cada norte-americano consome o equivalente a 9,6 hectares de recursos do planeta. Com menos de 5% da população mundial, os Estados Unidos consomem 26% do petróleo, 25% do carvão mineral e 27% do gás natural mundial.
4. Raízes do problema
Quando falamos em mudança, é preciso investigar as raízes verdadeiras da crise ambiental, para não nos iludirmos com mudanças cosméticas ou investir nossas energias e esforços apenas na minimização dos efeitos da crise ambiental, sem tocar nas causas. Por exemplo, é ilusão achar que a ciência e a tecnologia limpa serão capazes de dar conta da crise ambiental, ou que a simples existência de informação ambiental e educação ambiental será capaz de nos conduzir para fora da crise. Não vão, porque por trás da crise não está ausência de ciência, de tecnologia, de informação ou de educação ambiental, mas sim uma estrutura de apropriação de recursos e de acumulação de riquezas que perdurará independentemente da tecnologia (se suja ou limpa) e da existência ou não de democratização da informação ambiental ou de educação ambiental. Entretanto, se a ciência e a tecnologia, a informação e a educação ambiental, por si sós, não são capazes de solucionar os problemas provocados pela crise ambiental, sem elas é que a sociedade não terá a menor chance de sair dessa crise.
Por outro lado, também é uma ilusão achar que o mundo melhor que queremos, mais ecológico, justo, pacífico e democrático, começa no outro, depende dos governos, das empresas, do vizinho. Confúcio disse, há cerca de 5 mil anos, que, se alguém quisesse mudar o mundo, teria de começar por si mesmo, pois, mudando a si próprio, sua casa mudaria. Mudando sua casa, a rua mudaria. Mudando a rua, o bairro mudaria. Mudando o bairro, mudaria o município e assim por diante, até mudar o mundo. Na verdade, são lutas consecutivas. Ao mesmo tempo em que temos de nos preocupar em sermos pessoas melhores, menos poluidoras, menos desperdiçadoras de recursos naturais, menos egoístas e materialistas, também precisamos ser melhores consumidores – capazes de dizer não aos produtos de empresas que não respeitam o meio ambiente e as pessoas – e também melhores cidadãos, evitando resumir nossa cidadania ao ato de votar a cada eleição, mas transformando o voto num instrumento de transformação da realidade e acompanhando o mandato dos que elegemos para cobrar deles posturas e ações do interesse do meio ambiente e da população. E esse exercício da cidadania não deve se resumir apenas ao aspecto eleitoral, mas incluir a atuação direta, por exemplo, por intermédio da sociedade civil organizada, pois, quanto mais organizados estivermos, mais fortes e menos vulneráveis seremos.
A questão mais fundamental não é se o ser humano vai conseguir escolher ser sustentável ecossocioeconomicamente ou se vai permanecer na atual trajetória suicida. Por trás dessas escolhas, estão questões muito mais antigas no espírito humano, sobre as quais filósofos e líderes religiosos têm se debruçado há milênios: como o ser humano pode ser sensibilizado a escolher entre a generosidade e a mesquinhez, o engajamento e a indiferença, a ganância e a solidariedade? A história nos mostra que algumas sociedades conseguiram mudar, e por isso prosperaram, e outras não, e por isso desapareceram. Albert Einstein dá uma dica: “Nosso maior erro é fazer sempre as mesmas coisas e esperar resultados diferentes”. E Gandhi tentou nos alertar quando disse que “a Terra tem o suficiente para a necessidade de todos, mas não para a ganância de uns poucos”.
Aquilo a que estamos assistindo nos últimos anos é um processo de ruptura, em que uma economia de mais de 250 anos, baseada na queima de combustíveis fósseis e no desmatamento, começa a ceder lugar a outra economia, das energias renováveis e da floresta em pé. Essa nova economia limpa ainda não é a dominante, mas, a cada dia que passa, torna-se mais e mais visível, substituindo a outra suja, independentemente das mudanças de cima para baixo! Quando o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL), medida proposta pelo Brasil no Protocolo de Kyoto, entrou em vigor em 2005, quando a Rússia assinou o protocolo, alcançando 55% dos países signatários, já encontrou intenso mercado de créditos de carbono em andamento, o surgimento de novas tecnologias limpas e indústrias em processo de gestão ambiental na busca da ecoeficiência no uso de materiais e na gestão de seus resíduos e negócios.
Talvez até consigamos, com alguma dificuldade, migrar definitivamente de uma economia suja e suicida para outra limpa e comprometida com a vida, mas a nossa mudança mais desafiadora está na capacidade de sermos mais generosos e solidários e menos egoístas, gananciosos e indiferentes à dor e ao sofrimento alheio. Pois talvez até consigamos dar uma sobrevida à nossa espécie sobre o planeta, mas valerá a pena, se perdermos a nossa humanidade?
* Ecologista, vive em Niterói (RJ), numa comunidade de pescadores artesanais. É escritor, com mais de 20 livros publicados (www.escritorvilmarberna.com.br). Por sua luta constante pela formação da cidadania ambiental planetária, foi reconhecido pela ONU, em 1999, no Japão, com o Prêmio Global 500 para o Meio Ambiente. Entre outros prêmios, recebeu também, em 2003, o Prêmio Verde das Américas. É fundador e colaborador da Revista do Meio Ambiente (distribuída gratuitamente) e do Portal do Meio Ambiente: www.portaldomeioambiente.org.br.
Vilmar Sidnei Demamam Berna