Publicado em novembro-dezembro de 2019 - ano 60 - número 330 - pág. 11-18
Evangelizar as cidades à luz do magistério do papa Francisco
Por Edson Oriolo
O artigo parte do testemunho pastoral do pontificado do papa Francisco e sugere roteiro para a evangelização na cidade.
Introdução
Na exortação apostólica Evangelii Gaudium (A Alegria do Evangelho – EG) e na sala do Consistório, ao receber 25 arcebispos e bispos das metrópoles dos cinco continentes no dia 27 de novembro de 2014, o papa Francisco demonstrou atenção especial pela “evangelização na cidade”. Tanto na exortação quanto no discurso para os arcebispos e bispos, Francisco lançou luzes sobre o caminho a ser trilhado para que a Igreja seja mais incisiva no anúncio do evangelho, especialmente nas cidades.
Queremos dar particular atenção às propostas apresentadas por Francisco quando ele mesmo menciona:
Falar-vos-ei a partir da minha experiência pessoal, de alguém que foi pastor de uma cidade populosa e multicultural como Buenos Aires, da experiência que realizei com os bispos de onze dioceses que compõem a região metropolitana de Buenos Aires, habitada por 13 milhões de habitantes (FRANCISCO, 2014).
Com base nessa experiência, pretendemos apontar possíveis ações para a evangelização nas cidades. Percebe-se, nos ensinamentos do papa Francisco, a necessidade de se ter um roteiro de evangelização voltado tanto para as grandes metrópoles como para as pequenas cidades e vilarejos. As ações apresentadas servem, a nosso ver, para os pequenos e também para os grandes centros, pois se trata de um roteiro que deve ser criativamente aplicado.
1) “Precisamos identificar a cidade e partir de um olhar contemplativo, isto é, um olhar de fé que descubra Deus, que habita nas casas, nas ruas e nas suas praças” (EG 71).
Francisco nos convida a lançar um olhar contemplativo, pois só um olhar de fé pode identificar, na complexidade urbana, a presença de Deus. É justamente nessa complexidade que se deve identificar sua presença/ausência. Assim, o olhar para a cidade tem de ser um olhar sociológico, capaz de identificar seus problemas e contradições, sem, contudo, deixar de ser um olhar de esperança, de simpatia e de empatia. Um olhar com atitudes proféticas, um olhar de ternura e amor. O nosso olhar para a cidade deve ser portador de vida.
Ninguém consegue descrever as cidades. O que é possível é traçar linhas do fenômeno urbano. Conhecer uma cidade não é tarefa fácil, pois sua realidade é muito complexa e inconstante.
Nas cidades, deparamos com um ritmo acelerado, com a setorização e fragmentação da vida, com o anonimato, a solidão (vemos pessoas que não nos veem, e pessoas que não vemos nos enxergam), o corre-corre, o consumismo, a busca de realização de sonhos e de felicidade, os devaneios e – inevitavelmente – os desgastes, frustrações e desânimos. Na cidade, imperam relações secundárias e formais, embora se deseje ter relações primárias e pessoais.
As cidades são realidades dinâmicas. Precisa-se entender o jeito da cidade e descobrir os seus valores. São mosaicos irregulares com áreas de diferentes tamanhos, formas e conteúdos.
Muitos temas estão em jogo; entre eles, o tamanho demográfico e possíveis configurações: cidades industriais, lugares centrais, cidades de setores antigos, de origem colonial, setores modernos, loteamentos murados e condomínios fechados, que constituem algumas das formas pelas quais se apresentam no atual contexto histórico.
“Deus vive na cidade em meio a suas alegrias, desejos, esperanças, como também em meio a suas dores e sofrimentos. As cidades são lugares de liberdade e oportunidades” (DAp 514).
Destarte, faz-se necessário um olhar multidisciplinar para as cidades, enxergando-as do ponto de vista antropológico, teológico, eclesiológico, pastoral e profético. O olhar antropológico visa ao reconhecimento do território como área física, considerando suas barreiras geográficas, os dificultadores e facilitadores para o acesso aos serviços de evangelização.
O olhar teológico leva a afirmar que na cidade há sinais da presença de Deus.
O olhar eclesiológico é a nucleação da comunidade de fé.
O olhar pastoral faz com que a Igreja reencontre o seu caminho de ação, reencontre o contemporâneo (viva o tempo real), que é o tempo da informação, da produção, do conhecimento, do saber cego.
O olhar profético significa ir em direção à cidade, tomar em consideração suas diversas realidades e os contextos nos quais as pessoas estão inseridas.
Necessitamos desenvolver olhares, pois Deus se esconde nas cidades e devemos procurá-lo sempre, trabalhando bastante para isso.
2) “Na cidade, o elemento religioso é mediado por diferentes estilos de vida, por costumes ligados a um sentido do tempo, do território e das relações que diferem do estilo das populações rurais” (EG 72).
Na atualidade, as cidades estão sendo lugar de moradia para mais de 70% das pessoas, diferentemente de décadas anteriores, quando a maior parte vivia nas áreas rurais, exercendo atividades de subsistência.
Na vida rural, a referência fundamental para o ser humano eram três instituições: a Igreja, o trabalho e a família. Os parâmetros para as relações sociais eram ditados pelo padre, pelo patrão, pelo cônjuge ou pelos pais. O cotidiano estava intimamente ligado aos “espaços-símbolo” dessas instituições. O mundo rural era determinado pela natureza – o sol e a lua –, e era compreendido em sua largueza e imensidão.
Os habitantes das cidades, muitas vezes, lutam para sobreviver e, às vezes, escondem o sentido religioso. Muitas pessoas que residem nos centros urbanos tinham anteriormente, onde moravam, uma vida voltada para o religioso. Ao chegarem às cidades, porém, não encontram espaço para viver a fé.
É preciso proporcionar uma espiritualidade que preencha o vazio do homem urbano, que permita a vivência de experiências de fé, esperança e caridade na sua vida e na vida da comunidade. As pessoas “em trânsito”, muitas vezes, por causa de tantas preocupações, afastam-se de doutrinas e dogmas religiosos para viver uma espiritualidade baseada no individualismo e na insegurança existencial. Para preencher a realidade do vazio que brota dessa situação, muitos procuram as seitas e outras experiências transcendentais esotéricas com a maior naturalidade.
Destarte, a ação evangelizadora da Igreja católica apostólica romana deve preocupar-se em favorecer profunda experiência pessoal e comunitária da Trindade.
As igrejas localizadas nas cidades devem resgatar o imenso valor da Palavra, dos sacramentais e dos sacramentos para levar os fiéis a glorificar a Deus, buscando a santidade.
3) As cidades são lugares privilegiados da nova evangelização (cf. EG 73). Por isso, “torna-se necessária uma evangelização que ilumine os novos modos de se relacionar com Deus, com os outros e com o ambiente, e que suscite os valores fundamentais” (EG 74).
Em relação ao campo, a cidade oferece, à primeira vista, espaço de maior participação. No mundo rural brasileiro, estava em vigor, até pouco tempo, uma estrutura política de terrível dominação: pai, patrão e padre.
Hoje, o nosso ambiente urbano é outro. A civilização industrial e cibernética, o subjetivismo e o individualismo impedem as pessoas de travar um relacionamento pessoal. Cada um pensa em si e exclui quem não produz ou consome, e todos entram nesse ritmo frenético da vida urbana.
No mundo urbano, constatamos novas formas de sociabilidade: a criação de bairros afastados da cidade, edifícios e blocos habitacionais que concentram centenas de pessoas em espaços reduzidos, a multiplicação de instituições de confinamento para marginais, miseráveis, anciãos, doentes físicos e psíquicos, fora do verdadeiro âmbito social urbano. Vive-se o paradoxo de gerar a solidão no meio da multidão e não encontrar nenhum gesto de cordialidade, acolhida, solidariedade e relação pessoal. É o frenético circular humano.
Na cidade, tudo é possível: as distâncias entre bairros crescem; surgem edifícios; os blocos habitacionais concentram milhares de pessoas em espaços reduzidos; há destruição dos espaços tradicionais de moradia, comércio, trabalho e lazer; surgem os bairros das mansões, condomínios fechados, centros de negócios, centros administrativos, regiões de bares, distritos industriais, conjuntos habitacionais populares, cidades-dormitórios, favelas, aglomerados, vilas; são construídos shoppings, aeroportos, grandes hotéis, resorts etc. As ruas, praças e avenidas transformam-se em espaço de todos e, ao mesmo tempo, espaço de ninguém.
Com todos esses desafios e outros, as cidades perdem muito rapidamente a memória de Deus, como doador de todas as coisas. Num ambiente assim, inteiramente construído pelas mãos humanas, onde o silêncio é raro, a Palavra de Deus, os sacramentais e os sacramentos oferecem-se, em contraponto, como lugar de louvor e de silêncio, de encontro da graça, que mantém viva nossa gratidão a Deus.
As cidades necessitam de espaços de encontro, de oração e de comunhão com características inovadoras, mais atraentes e significativas para as populações urbanas. Os ambientes rurais, devido à influência dos mass-media, não estão, contudo, imunes a essas transformações culturais, que também operam mudanças significativas nas suas formas de vida (cf. EG 73).
No passado, a Igreja era o único ponto de referência da cultura. Atualmente, já não é a única que produz cultura, nem a primeira, nem a mais ouvida.
No discurso pronunciado na sala do Consistório em 27 de novembro de 2014, no primeiro Congresso Internacional de Pastoral das Grandes Cidades, o papa Francisco destacou três importantes desafios para a pastoral urbana.
Primeiro, a nossa pastoral tem de ser evangelizadora, audaz e sem temores de anunciar a Boa-Nova de Cristo, consciente da pluralidade cultural e religiosa existente nas grandes cidades. Temos necessidade de uma mudança de mentalidade. Devemos trabalhar para não ter vergonha e resistir, anunciando Jesus Cristo: é preciso procurar um modo diferente, sermos ousados ao evangelizar. Ir às periferias existenciais sem medo.
O segundo desafio é o diálogo com a multiculturalidade. Francisco diz que as cidades são multipolares, multiculturais. No entanto, devemos dialogar com essa realidade, sem ter medo. Um diálogo que nos possibilite alcançar o coração do próximo, dos outros diferentes de nós, e ali semear o evangelho. Na multiculturalidade, temos de conhecer os imaginários e as cidades invisíveis, ou seja, os grupos ou territórios humanos que se identificam entre si nos seus
símbolos, linguagens, ritos e formas para descrever a vida. Devemos ter criatividade para entender a multiculturalidade.
O terceiro desafio é a valorização da religiosidade popular. Devemos descobrir, na religiosidade dos nossos povos, o autêntico substrato religioso, que, em muitos casos, é cristão e católico. Em geral, as grandes cidades são habitadas por numerosos migrantes e pobres, provenientes das áreas rurais ou até de outros continentes, com outras culturas. Francisco (2014) afirma: “não tenho dúvidas de que na fé de homens e mulheres humildes há um potencial enorme para a evangelização das áreas urbanas”.
Na exortação apostólica A Alegria do Evangelho, o papa Francisco dedica-se, em alguns parágrafos, a ressaltar o que denomina “a força evangelizadora da piedade popular” (2013, n. 122-126). Trata-se de visão positiva, pois considera as manifestações religiosas populares, não oficiais e sem o controle do clero, uma expressão do sensus fidelium. Não apenas algo meramente folclórico, mas que faz parte da inculturação da fé. Nesse contexto, “ganha importância a piedade popular, verdadeira expressão da atividade missionária espontânea do povo de Deus. Trata-se de uma realidade em permanente desenvolvimento, cujo protagonista é o Espírito Santo” (EG 122).
No entanto, precisamos entender bem a piedade popular. Hoje, nas cidades, com enfeites de andores, pompas de imagens, estamos deixando de lado o mistério da encarnação e vivendo um mistério plástico (shows sem comprometimento).
A partir da Contrarreforma, com o enfraquecimento ou o esvaziamento do ano litúrgico, é que se criaram alternativas paralelas no âmbito da piedade popular, como uma sucessão de meses de devoção, novenas, tríduos, que, por volta do final do século XIX, chegaram ao máximo desenvolvimento e tiveram forte penetração em meio ao povo. Afinal, é o mesmo Jesus Cristo que todos buscam – os teólogos e os devotos.Nos dias atuais, nas cidades, devemos aproveitar os momentos das festas populares para oferecer uma catequese litúrgica e cristológica, com adequada pedagogia, ajudando os cristãos a passar do mero culto ao
seguimento, da sensibilidade subjetiva à solidariedade para com os mais necessitados. A missão, então, supõe inclusão e aprendizagem.
4) “A cidade dá origem a uma espécie de ambivalência permanente, porque, ao mesmo tempo que oferece aos seus habitantes infinitas possibilidades, impõe numerosas dificuldades ao pleno desenvolvimento da vida de muitos” (EG 74).
O papa fala de problemas e desafios nas cidades. Nelas, “facilmente se desenvolvem o tráfico de drogas e de pessoas, o abuso e a exploração de menores, o abandono de idosos e doentes e várias formas de corrupção e crime” (EG 74).
Necessitamos de uma evangelização que ilumine os novos modos de se relacionar com Deus, com os outros e com o ambiente e suscite os valores fundamentais. Uma evangelização que leve a Palavra de Jesus aos núcleos mais profundos da alma das cidades. As cidades são multipolares, multiculturais. A Igreja é chamada a ser servidora de um diálogo difícil. Nas cidades, encontram-se cenários de protestos em massa, nos quais milhares de habitantes reclamam liberdade, participação, justiça e fazem várias outras reivindicações que, se não forem adequadamente interpretadas, podem caminhar para uma situação ainda mais crítica, com desfechos imprevisíveis.
O melhor remédio para os males urbanos (tráfico de drogas e de pessoas, abuso e exploração de menores, abandono de idosos e doentes, várias formas de corrupção e crimes) é o evangelho. A proclamação do evangelho será base para restabelecer a dignidade nesses contextos, porque Jesus quer derramar nas cidades vida em abundância (cf. Jo 10,10).
A Igreja católica tem presença tímida na dinâmica da evangelização nas cidades. Ela está se esfacelando num emaranhado de diferentes composições e abrangências, com cada fiel evangelizando como lhe parece melhor, à luz de seus próprios interesses. Tornamo-nos enorme shopping center de religiosidade católica, onde se encontram produtos para os gostos de todos os fregueses, sem qualquer controle de qualidade.
As cidades, com o fenômeno do anonimato e a facilitação do descontrole, tornam-se terreno fértil para a evangelização à la carte. Numa Igreja em saída, porém, isso não pode acontecer. Apresentamos cinco sugestões que julgamos importantes para ajudar a evangelização nas cidades: evangelização em rede, em células, por setorização, em parcerias e em sintonia com a Igreja local.
Evangelização em rede
Nas cidades, faz-se necessária uma evangelização em rede. E o que marca uma rede são os seus laços, os elos e a interconexão. A evangelização em rede, nas cidades, vai ajudar nas relações interpessoais. Irão brotar novos ministérios, confiados particularmente aos leigos, de modo que estes sintam realmente o que são: sujeitos da missão da Igreja.
São Lucas, nos Atos dos Apóstolos, descreve-nos, ainda que de modo um pouco idealizado, a comunidade dos primeiros cristãos, perseverantes na escuta dos ensinamentos dos apóstolos, na comunhão fraterna, no partir do pão e nas orações.
Todos os que abraçaram a fé eram unidos e colocavam em comum todas as coisas. Diariamente, frequentavam o Templo e, nas casas, partiam o pão, tomando o alimento com alegria e simplicidade de coração. Louvavam a Deus e eram estimados por todo o povo. E a cada dia o Senhor acrescentava à comunidade outras pessoas que iam aceitando a salvação (At 2,44-47).
Evangelização por setorização
É preciso levar em consideração as dimensões de nossas cidades e transformá-las em espaços menores, com equipes próprias de animação e coordenação que permitam maior proximidade das pessoas e grupos residentes na região. A setorização é um modelo de organização pastoral baseado nos moldes das primeiras comunidades cristãs, de uma Igreja presente nos lares e no Templo, que desenvolve a missão por meio da constituição de relacionamentos dos seus membros com vizinhos, companheiros de trabalho ou de estudo e familiares.
Os setores são um belo modo de ser Igreja: Igreja discípula, Igreja missionária, Igreja profética, Igreja misericordiosa, Igreja nas ruas, nas casas, Igreja povo de Deus. Não podemos permanecer na sacristia nem na secretaria paroquial. Temos de ir ao encontro do povo, ir aonde ele está. Os verbos ir, sair, partir e caminhar, tão próprios da atividade missionária, são muito usados no livro dos Atos dos Apóstolos para falar da atividade missionária das primeiras comunidades cristãs (cf. ORIOLO, 2017, p. 45-47).
Evangelização em parcerias
Uma das formas de agir para realizar ações de evangelização nas cidades, nesta sociedade cristianizada e com sinais de descristianização, é por meio de parcerias. Fazer parcerias é estar comprometido com a satisfação das necessidades do outro. É trabalhar juntos para, da melhor maneira possível, servi-lo. Depender do outro para obter os resultados desejados é ter em mente o que podemos fazer pelo parceiro e o que ele pode fazer por nós. A articulação com parcerias visa integrar e alinhar ações de evangelização no mundo contemporâneo. Parcerias entre segmentos da sociedade agregam forças para a nova evangelização.
A grande preocupação consiste em organizar parcerias com o setor empresarial, com instituições privadas que desenvolvam algum tipo de ação social, como alfabetização de jovens e adultos, trabalho com marginalizados, com doentes etc. Parcerias com setores da sociedade civil organizada. Parcerias com empresas privadas e públicas, ONGs, escolas, universidades, prefeituras, instituições que cuidem de idosos, entre outras (cf. ORIOLO, 2017, p. 47-49).
Evangelização em células
A organização em células é constituída pela estratégia de reuniões nas casas dos membros e permite que a Igreja cresça bastante, formando polos de encontro e de evangelização. De acordo com o papa Francisco, a célula tem de ser missionária, ir ao encontro de todos para anunciar a beleza do evangelho, tornar-se uma família na qual se encontra a rica e multiforme realidade da Igreja (cf. FRANCISCO, 2015). Realizar o encontro nas casas permite compartilhar as alegrias e expectativas presentes no coração de cada pessoa. É experiência genuína de evangelização que se assemelha muito ao que já acontecia nos primeiros tempos da Igreja. Consiste em conviver com as pessoas na simplicidade, acolhendo a todos sem distinção, fazer da Eucaristia o âmago da missão evangelizadora, de tal forma que cada célula seja uma comunidade eucarística, na qual partir o pão equivale a reconhecer a presença real de Jesus Cristo no meio de nós. Dar sempre testemunho da ternura de Deus Pai e da sua proximidade a todos, principalmente aos que são os mais frágeis e sós (cf. ORIOLO, 2017, p. 93-95).
Evangelização em sintonia com a Igreja local
As Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil 2015-2019 vêm nos ensinar que, para a operacionalização da evangelização, exige-se um processo de planejamento (cf. DGAE 2015-2019, n. 128-140). Uma pastoral planejada (Igreja local), motivando as pessoas que vão participar, apresentando-lhes, com clareza, a natureza e a missão da Igreja e o conhecimento da realidade, será um instrumental nas cidades. O planejamento pastoral responsável, pensado e comprometido, leva em consideração a Igreja local e sua missão. É organizado, isto é, determina bem o que precisa ser feito, o modo de fazê-lo e as responsabilidades de cada um, segundo uma distribuição adequada do trabalho. Por exemplo: o Projeto de Evangelização Proclamar a Palavra, da Arquidiocese de Belo Horizonte, nas suas diretrizes, garante a unidade-convergência da evangelização numa metrópole, de modo a evitar dispersões, choques e divergências, isso sem falar das aventuras deletérias.
Referências bibliográficas
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CONFERÊNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL. Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil 2015-2019. CNBB, 2015.
FRANCISCO. Exortação apostólica Evangelii Gaudium. São Paulo: Paulinas, 2013.
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LIBÂNIO, João Batista. As lógicas da cidade. São Paulo: Loyola, 2001.
ORIOLO, Edson. Identidade presbiteral: estatuto social do sacerdote. Revista Eclesiástica Brasileira-REB, n. 282, abr. 2011, p. 426-438.
______. Paróquia renovada, sinal de esperança. São Paulo: Paulus, 2017.
______. Gestão paroquial para uma Igreja em saída. São Paulo: Paulus, 2018.
SANCHEZ, Wagner Lopes. Teologia da cidade: relendo a Gaudium et Spes. São Paulo: Santuário, 2013.
SISTACH, Lluís Martínez (org.). A pastoral das grandes cidades. São Paulo: Paulus, 2016.
Edson Oriolo
Dom Edson Oriolo é bispo auxiliar na Arquidiocese de Belo Horizonte – MG. Escreveu Gestão paroquial para uma Igreja em saída e Paróquia renovada, sinal de esperança, entre outras obras, pela Paulus.