Novembro-Dezembro de 2021
Prezadas irmãs, prezados irmãos, graça e paz!
“Para onde caminha a humanidade?” Essa frase norteava os objetivos de vida do Bem-aventurado Tiago Alberione (Itália, 1884-1971), fundador dos Paulinos e da Família Paulina. Alberione tinha sede da totalidade, e em seu coração cabia toda a humanidade, seus dramas, crises e também potencialidades, para que, mesmo em meio ao caos, pudesse gerar a ordem no mundo. Por isso mesmo, sua história de vida revela a capacidade de um ser humano de superar dificuldades e sofrimentos. Alberione viveu a Primeira e a Segunda Guerras Mundiais. A Primeira, quando suas fundações começavam a dar os primeiros passos; a Segunda, quando a instituição se expandia e, pelos frutos do apostolado, já se podia contemplar a “mão de Deus sobre toda a Família Paulina”. Além dos absurdos ocasionados pelas guerras, não foram poucos os sofrimentos por doenças, a ponto de Alberione chegar a ser desenganado aos 38 anos de idade. Mas o Senhor o levantou até os 87 anos, quando de sua partida definitiva deste mundo.
As pessoas carismáticas, de fato, deixam-se guiar pelo Espírito. Nem por isso estão imunes ao sofrimento, mas amadurecem com ele. A vida de Alberione foi uma entrega total e radical ao segui-
mento de Jesus Mestre, Caminho, Verdade e Vida.
Um homem entusiasmado pela comunicação. Ele bem sabia que os maiores problemas do mundo se dão pelos ruídos na comunicação e que a solução só ocorreria mediante uma prática comunicativa que levasse em conta, em primeiro plano, a busca do outro.
O entusiasmo de Alberione pela comunicação do Evangelho nasceu da meditação e do testemunho de vida do apóstolo Paulo, especialmente da carta aos Romanos. Daí Alberione bebeu e nos legou aquele desafio fundamental: “falar de tudo cristãmente”, com criatividade para não “plantar onde outros já plantaram”, renovando sempre o interesse pela cultura da comunicação. “Fiz questão de anunciar o Evangelho onde o nome de Cristo ainda não havia sido anunciado” (Rm 15,20).
Nessa perspectiva, Ir. Joana Puntel apresenta Tiago Alberione como o homem do “amém”, capaz da escuta. Para a autora, os “améns” de Alberione têm profunda conexão com o ESCUTAR, no que isso significa, desde a etimologia da palavra: escutar, do latim auscultare, dar ouvido, obedecer. Assim, destacamos os “améns” de Tiago em três grandes escutas, bem como suas consequências: escutar o Espírito, escutar a história, escutar a pastoral (aspecto eclesiológico). Pe. Valdir de Castro, por seu turno, traça o perfil do Bem-aventurado Tiago Alberione, destacando alguns aspectos de sua vida e enfatizando, especialmente, o grande legado que deixou para a Igreja: o fascinante carisma de evangelizar utilizando-se dos meios de comunicação, inspirado no grande comunicador, o apóstolo Paulo.
Ainda no âmbito comunicacional, o artigo do Prof. Fernando Altemeyer Junior é uma homenagem a dom Paulo Evaristo Arns pelo seu centenário. Nascido em 14 de setembro de 1921 e falecido em 14 de dezembro de 2016, Paulo foi homem sábio, profeta comunicador da esperança, defensor da vida. Grande amigo dos Paulinos. Homenageá-lo na mesma edição especial em que se recorda o testemunho de Tiago Alberione é alimentar a esperança de nova comunicação para um novo tempo.
Por fim, Pe. Vinícius Augusto Teixeira nos ajuda a refletir sobre a dor da “despedida dos que partem”, neste tempo tão desolador de pandemia, agravado pela espiral da indiferença. Para o autor, a realidade da morte se tornou absurdamente recorrente, com todos os seus impactos psicológicos, sociais e religiosos.
Além disso, para inspirar nossas homilias e meditação da Palavra de Deus, temos os roteiros homiléticos, desta vez com a valiosa colaboração de Ir. Izabel Patuzzo.
Esta edição de Vida Pastoral, portanto, é carinhoso tributo ao nosso Tiago Alberione, por ocasião dos 50 anos de sua páscoa. Ele nos inspire do céu neste momento difícil que a humanidade atravessa.
Boa leitura!
Pe. Antonio Iraildo Alves de Brito, ssp
Editor