Prezadas irmãs, prezados irmãos, graça e paz!
Em sintonia com o Ano Bíblico da Família Paulina (2020-2021), a revista Vida Pastoral e o Centro Bíblico Paulus oferecem aos seus leitores esta edição com dupla finalidade: celebrar os 50 anos da realização do Mês da Bíblia no Brasil e favorecer o estudo da carta aos Gálatas, texto escolhido para o estudo bíblico deste ano.
O Ano Bíblico da Família Paulina (congregações religiosas fundadas pelo Bem-aventurado Tiago Alberione), com o lema: “Para que a Palavra do Senhor se espalhe rapidamente” (2Ts 3,1), tem em si a marca do programa de evangelização do apóstolo Paulo, o mensageiro incansável da boa notícia, homem aberto às culturas e ao diálogo. Ele se dirige à comunidade dos tessalonicenses para animá-los no seguimento de Jesus Cristo. Trata-se de uma Igreja jovem, dos primórdios da vida cristã, viva e firme, que, porém, corria sério risco de se acomodar. Uma das grandes preocupações da comunidade era a parusia, ou a segunda vinda do Senhor. A má compreensão acerca da iminente volta de Jesus gerou, em alguns membros da comunidade, a perda do entusiasmo, por considerarem que não haveria mais sentido em fazer muita coisa na vida presente, já que tudo se findaria. O apóstolo procura prevenir a comunidade de que a expectativa, própria de quem espera o inesperado, deveria se transformar em esperança serena e perseverante. A pressa necessária seria aquela de viver o momento oportuno, o hoje, na vivência e anúncio da Boa notícia.
Partindo desse apelo do tema do Ano Bíblico da Família Paulina, Ir. Maria Aparecida Barboza escreve sobre a história da caminhada bíblica no Brasil e seus momentos marcantes, considerando os 50 anos de realização do Mês da Bíblia, importante iniciativa da Igreja, com o objetivo e o esforço permanentes de colocar a Palavra de Deus nas mãos e no coração do povo brasileiro. De fato, a caminhada bíblica, especialmente iluminada pelo Concílio Vaticano II, tem a missão de formar pessoas e animá-las biblicamente.
Entre as muitas referências da caminhada bíblica no Brasil, o mês de setembro ocupa lugar especial. É nesse mês que as comunidades se debruçam sobre um livro específico da Bíblia para aprofundamento, estudos e oração, dando razão da fé. Como é bom recordar os círculos bíblicos, em outros tempos muito mais vivos nas comunidades eclesiais de base. Ainda hoje eles perseveram. Quem sabe, porém, não seria o caso de reacender a força desses pequenos grupos em torno da Palavra de Deus, usando sempre mais os meios atuais, por exemplo as “redes sociais”.
O texto escolhido para o Mês da Bíblia deste ano, a carta aos Gálatas, é uma espécie de manifesto da liberdade cristã. O professor Shigeyuki Nakanose e a professora Maria Antônia Marques, em seu artigo, consideram a carta como o Evangelho de Jesus crucificado; destacam suas características principais, a força da escrita, a teologia, a estrutura literária e os interlocutores do apóstolo. O professor Joel Antônio Ferreira, por sua vez, discorre sobre a carta com base no “hino batismal” (Gl 3,26-28), como chave de leitura para entender esse escrito paulino, seu ardor bíblico e a unidade em Cristo, que tem como fim a comunhão fraterna. Com o tema “A liberdade cristã e os conflitos nas comunidades”, o professor Rafael Rodrigues da Silva faz uma leitura de Gálatas à luz das dificuldades, enfatizando o papel do apóstolo Paulo na condução e orientação da comunidade para esta não perder de vista o verdadeiro Evangelho e não se deixar enredar pelas armadilhas do “outro Evangelho”, aquele ainda preso à Lei. Além desse valioso conteúdo, temos os Roteiros Homiléticos, com a profunda colaboração do biblista Pe. Francisco Cornélio Freire Rodrigues.
Desejamos que este conteúdo seja inspiração para os agentes de pastoral e luz na caminhada bíblica de todo o povo de Deus.
Boa leitura!
Pe. Antonio Iraildo Alves de Brito, ssp
Editor