Publicado em número 129 - (pp. 2-7)
Igrejas, comunidades, confissões, seitas
Por Pe. Paulo Homero Gozzi
O conceito de Igreja é tipicamente cristão. Jesus Cristo é o fundador da Igreja. No entanto, vemos esse nome sendo usado não somente por agrupamentos cristãos, mas até por grupos não cristãos vindos do Oriente, como Igreja Seicho-No-Iê, Igreja Messiânica Mundial, Igreja Budista etc., ora entendendo-se como templo, ora como o agrupamento propriamente dito. Não vamos nos deter na origem da palavra enquanto tal. Vamos observar a evolução que o conceito sofreu, pelo menos dentro da Igreja Católica Romana.
1. Quem é a Igreja?
Até agora estávamos acostumados a nos considerar como “a” Igreja, única e verdadeira herdeira do legado apostólico da fé cristã. É mais cômodo, mais fácil, negar a outros grupos o direito de se chamar “Igreja”. Tal mentalidade é o resultado de todo um contexto histórico de dissensões e divisões ao longo dos dois milênios de Cristianismo. As circunstâncias históricas de desintegração estrutural da Igreja conduziram a um radicalismo sempre maior, simplificando e reduzindo o fato de ser Igreja ao fato de estar unido ao Papa.
O documento mais sectário de que temos conhecimento é o Decreto para os Jacobitas do Concílio Ecumênico de Florença (1438-1445) que afirma: “A Sacrossanta Igreja Romana, fundada por nosso Senhor e Salvador, crê firmemente, professa e prega que, não só os pagãos, mas também os Judeus hereges e cismáticos, não podem participar da vida eterna, mas vão para o fogo eterno, ‘preparado para o Diabo e seus Anjos’ (Mt 25,41), a não ser que, antes do fim da vida, sejam agregados a ela… Só podem se salvar se permanecerem no seio e na unidade da Igreja Católica” (Enchiridion Symbolorum, 714). Essa visão estreita sobre a salvação foi sendo abrandada no decorrer dos séculos, mas o conceito de que Igreja de Cristo é só a Igreja Romana permaneceu inalterado até a abertura do Concílio Vaticano II (1962-1965). Grandes teólogos, porém, desde o início do século XX começaram a pressionar bastante para que fosse surgindo um novo conceito e uma nova imagem de Igreja, observando que, mesmo desligadas de Roma, algumas Igrejas cristãs conservaram intacto o genuíno depósito da fé e da vida cristã, notadamente as Igrejas do Oriente. Essas ideias amadureceram até o último Concílio.
Contudo, logo na abertura do Concílio, a Comissão encarregada de elaborar o esquema sobre a Igreja, apresentou ainda o seguinte texto, que foi totalmente rejeitado pelos Bispos: “O Sagrado Sínodo ensina e professa solenemente que não existe senão uma única e verdadeira Igreja de Jesus Cristo, a saber, aquela que no Símbolo celebramos como Una, Santa, Católica e Apostólica, a qual o Salvador adquiriu para si na Cruz e a uniu a si, como o Corpo à Cabeça e a esposa ao esposo, e a qual, depois da Ressurreição, entregou para ser governada, a Pedro e a seus Sucessores, que são os Pontífices Romanos. Portanto, de direito, somente a Católica Romana se chama IGREJA”.
Reformulada a Comissão com novos teólogos, foram apresentados outros textos já dentro de uma nova visão de Igreja e, o que não se conseguiu mudar em quinhentos anos, alterou-se completamente em apenas dois anos de debates. Em todos os documentos que se referem a outros cristãos, o termo “Igreja” deixou de ser exclusivo. A Igreja de Cristo não é mais a Igreja Romana, nem se identifica mais com ela pura e simplesmente, mas subsiste nela.
O Concílio reconhece e admite que pertencem à única, verdadeira e indivisível Igreja de Cristo, todos os batizados que professam a verdade do “Deus Trino e confessam a Jesus Cristo como Senhor e Salvador, não só individualmente, mas também reunidos em assembleias” (Decreto sobre o Ecumenismo, 1). Isto porque nasceu também uma nova consciência da fundação da Igreja e da entrega de seu governo, não mais sobre Pedro e seus sucessores, como aparecia no primeiro esquema rejeitado, mas sobre os Apóstolos e seus sucessores. O papel de Pedro é coordenar o grupo de seus irmãos Apóstolos para mantê-lo unido (Cf. Constituição sobre a Igreja, Lumen Gentium, III, n. 18).
A divisão da Igreja não se dá em seus aspectos místicos, espirituais, invisíveis. Ela atinge somente aspectos jurídicos, estruturais, visíveis. São as estruturas disciplinares de organização, as estruturas litúrgicas de culto e as estruturas doutrinárias da Teologia, que comprovam uma evidente divisão.
2. As causas da divisão
Na verdade, a Igreja não se dividiu por causa das diferenças litúrgicas e teológicas. Sempre houve divergências nesses campos devido à diversidade de culturas, línguas e mentalidade dos cristãos em vários lugares do mundo e em várias épocas. Serviram, isto sim, de desculpa, mas nunca foram causa e origem das divisões. O que se quebrou foi a confiança mútua, o diálogo, a tolerância, a compreensão da pluralidade na unidade. Todo rompimento sério da comunhão visível de amor entre pastores das várias Igrejas que compunham a Igreja Universal foi causado pelos mecanismos do poder, pelo autoritarismo, pelo orgulho, pela influência política tanto interna como externa. As famosas disputas teológicas traziam em seu bojo não apenas preocupação pela ortodoxia, mas principalmente o desejo de subjugar e massacrar aqueles que pensassem diferente e desejassem trazer uma nova contribuição para o pensamento teológico, o desejo de mostrar quem mandava mais na Igreja. O aprofundamento das divergências doutrinárias se deveu ao isolamento mútuo estabelecido após o rompimento da caridade e do respeito pela liberdade das Igrejas irmãs de ter sua própria autonomia no campo disciplinar, litúrgico e teológico. Com a progressiva centralização do poder em Roma, as outras Igrejas passaram a ser olhadas com desconfiança e julgadas incapazes de caminhar sobre seus próprios pés. Roma já não era a irmã mais velha que coordenava na caridade a unidade visível, mas a mãe que disciplinava, corrigia e impunha obediência às filhas imaturas e infantis.
Hoje o Concílio vem reconhecer como legítima a liberdade e autonomia nesses três campos, o que equivale dizer: unidade no essencial, liberdade no acidental, caridade em tudo. Retomado o diálogo perdido há séculos, notamos em apenas duas décadas um avanço extraordinário, renascendo o respeito e a estima mútuas.
3. Confissões
Falando dos grupos cristãos do Ocidente, o Concílio usa o termo “confissão” para designar aquelas denominações que seguem uma determinada corrente teológica. Além da romana, distinguimos outras duas grandes correntes de pensamento teológico que estão em evolução: a confissão luterana e a calvinista. Todos os grupos se encaixam mais ou menos dentro dessas três linhas.
4. Igrejas
Um problema novo surgido é o fato de o Concílio não dar a todos os grupos cristãos o nome de Igrejas. Usa insistentemente a expressão “Igrejas e Comunidades Eclesiais”. E aqui abre-se uma nova discussão. Com toda essa grande abertura e evolução perguntamos: se todos fazem parte da única Igreja de Cristo, por que algumas, em suas estruturas visíveis, são chamadas de Igrejas e outras apenas de Comunidades Eclesiais? Quais grupos são verdadeiras Igrejas e quais não o são? O problema não está no Oriente. Os documentos do Concílio chamam invariavelmente de Igrejas todas as dezesseis Igrejas Ortodoxas e as cinco Monofisitas. É no Ocidente que se nota a distinção. Sem especificar nenhuma, os documentos falam da existência de Igrejas e Comunidades Eclesiais separadas da Sede Apostólica Romana. E todas estão em certa comunhão visível com a Igreja Romana. Não é perfeita, mas é comunhão. Isto porque conservam elementos eclesiais: a Palavra escrita de Deus, a vida da graça, a fé, a esperança e a caridade, e ainda outros dons interiores do Espírito Santo e elementos visíveis. Embora creiamos que tenham deficiências, essas Comunidades são instrumentos do Espírito Santo, perfeitamente aptos para abrir as portas à comunhão salvadora, pois produzem realmente a vida da graça (Cf, Decr. sobre Ecum., 3).
Comparando os textos conciliares, percebemos exatamente a intenção da Igreja e o pensamento do Concílio a respeito do que é que falta para uma comunidade cristã ser por nós considerada Igreja. É o elemento básico, a pedra de toque, aquilo que os orientais, juntamente com os católicos romanos e anglicanos tanto prezam como algo de precioso: a autoridade apostólica transmitida sem interrupção pelo sacramento da Ordem. Conservada em uma comunidade a essência do sacerdócio ministerial, conserva-se por consequência a íntegra substância do sacramento da Eucaristia. E, conservados os elementos substanciais da Eucaristia, aí se manifesta a Igreja visível em sua sacramentalidade. Embora ainda haja divergências teológicas a respeito desses dois sacramentos, se os elementos essenciais forem preservados, podemos considerar tal comunidade uma verdadeira Igreja.
Sem considerar a presença das Igrejas orientais no Ocidente por razões migratórias desses povos, podemos deduzir que uma pequena parte das comunidades de confissão luterana é reconhecida como Igreja: trata-se da Igreja da Escandinávia. Também as Igrejas Nacionais que compõem a Comunhão de Utrecht, conhecidas como Igreja dos Velhos-Católicos, seriam consideradas Igrejas. Mesmo não estando totalmente resolvido o problema jurídico das Ordens Anglicanas, teologicamente hoje é pacífica a sua aceitação, restando uma declaração formal de Roma. Assim também, as Igrejas Nacionais que compõem a Comunhão Anglicana, com seus mais de seiscentos Bispos, poderiam ser chamadas de Igrejas.
5. Comunidades eclesiais
Conforme a visão teológica tradicional das Igrejas acima citadas, é evidente que os demais grupos não conservaram os elementos essenciais do sacramento da Ordem, quais sejam, o episcopado histórico, a sucessão ininterrupta de imposição de mãos, o tríplice ministério ordenado, enfim, a sagrada hierarquia preservada desde os tempos apostólicos.
Esta quebra pode ter sido involuntária, provocada por circunstâncias históricas que deram origem ao movimento religioso separado da Igreja. E o caso do santo homem de Deus, John Wesley, que, premido pela rejeição de sua Igreja, foi levado a ordenar pastores, sendo apenas padre anglicano e não bispo. Nos outros casos a hierarquia foi negada ou desacreditada por seu autoritarismo arbitrário e corrupto, nascendo a ideia de que uma Comunidade se basta a si mesma e que a autoridade pastoral nasce da escolha de um grupo de batizados organizados num presbitério (calvinistas) ou simplesmente a partir do poder da Palavra de Deus (as demais Igrejas Livres). Para alguns a figura do Bispo emerge de uma escolha entre pastores e para outros é substituída pela pessoa do Pastor que possui seu corpo de presbíteros e diáconos, ou seja, leigos que assumem esse papel e cujas tarefas variam de grupo para grupo.
Isto não significa para nós que esses ministérios sejam destituídos de valor. E também a Eucaristia celebrada por eles não deixe de conservar boa parte de seu valor. O próprio Concílio declara: “Embora falte às Comunidades Eclesiais de nós separadas a unidade plena conosco proveniente do batismo, e embora creiamos que eles não tenham conservado a genuína e íntegra substância do Mistério Eucarístico, sobretudo por causa da falta do sacramento da Ordem, contudo, quando na Santa Ceia fazem a memória da morte e ressurreição do Senhor, elas confessam ser significada a vida na comunhão de Cristo e esperam seu glorioso advento. É por isso necessário que se tome como objeto do diálogo a doutrina sobre a Ceia do Senhor, sobre os outros Sacramentos e sobre os ministérios da Igreja” (Decr. sobre o Ecum., 22).
Desse modo, identificamos e caracterizamos a quem o Concílio chama de Comunidades Eclesiais: seriam os luteranos em sua maior parte, os calvinistas ou reformados (presbiterianos), os metodistas e todos os grupos chamados de Igrejas Livres — batistas, adventistas, congregacionalistas, pentecostais e outros pequenos grupos não muito conhecidos entre nós.
A distinção entre os que são verdadeira Igreja visível de Cristo e os que são Comunidades Eclesiais e não chegam a se constituir em Igreja, embora façam parte da Igreja de Cristo e estejam em certa comunhão visível conosco por causa do batismo, reside na problemática das estruturas de governo, da aceitação ou não de uma autoridade hierárquica ligada à sucessão apostólica. Podemos aqui abrir um amplo debate sobre se a questão sucessória da apostolicidade de governo pastoral resume-se pura e simplesmente na corrente ininterrupta de imposição de mãos episcopais ou consegue ser transmitida integralmente por outros meios, que não os tradicionais. Tomando conhecimento da longa discussão a respeito, podemos desde já afirmar que a apostolicidade da autoridade pastoral é transmissível, ao menos parcialmente, pelo batismo, pelo poder do Espírito Santo e pela escolha da comunidade, embora não seja regular nem tradicional, mas excepcional e extraordinária. É o caso típico dos dons carismáticos e de seu reconhecimento pela autoridade da Igreja. Tudo isso deve ainda ser mais aprofundado. Não são poucos aqueles que sugerem como solução a imposição recíproca de mãos, após um acordo sobre a necessidade do episcopado histórico.
Se este é o problema principal, para que todos sejam realmente Igreja visível de Cristo, manifestação daquela Igreja única que é o Corpo de Cristo, e não apenas comunidades soltas, dispersas, desagregadas, deveria ser o primeiro objeto de diálogo, atacado de frente e logo resolvido. Todas as demais questões seriam estudadas depois, numa progressiva convergência como vem ocorrendo, até o estabelecimento de uma total comunhão visível. No entanto, entre todas as Comissões Internacionais de diálogo bilateral, a Igreja Romana está estudando o problema apenas com os anglicanos e com os metodistas. Já os anglicanos estão estudando o problema apenas com os luteranos e com os metodistas.
Agora, do mesmo modo como permanecemos enclausurados no estreito conceito de Igreja por tantos séculos, descobrindo somente hoje sua dimensão mais ampla, assim também muitos grupos cristãos continuam pensando que são a única Igreja de Cristo e que, para se arrumar um cantinho no céu, é preciso ser membro oficial de sua organização. E com eles o diálogo se torna muito difícil, porém, não impossível.
6. O que é uma seita?
Os elementos que caracterizam uma seita cristã ou não, são bem claros e definidos. A seita é um sistema religioso fechado. Possui convicções cegamente fanáticas. Caminha para um isolamento e aprisionamento progressivos dentro de suas ideias e atitudes em relação à sociedade e a outras religiões. Julga o mundo e as pessoas a partir da ótica do próprio grupo. Cada membro é um propagandista ferrenho e desesperado de sua seita. O mundo é mau e pecador e as pessoas só podem se salvar caso passem a pertencer ao grupo. O proselitismo é sua marca dominante. Tenta conseguir adeptos de maneira insistente e inconveniente com argumentações irrefutáveis e intermináveis. Há resposta para tudo e solução fácil para todos os problemas.
Essas características não estão presentes num grupo determinado. Há também membros de religiões e confissões declaradamente abertas, não sectárias, que são terrivelmente sectários. Dentro de igrejas e Comunidades Eclesiais podemos encontrar não só pessoas, mas até pequenos grupos ou associações que possuem essas características. Por outro lado, conhecemos pessoas que fazem parte de grupos sectários que não se envolvem psicologicamente com essa tendência. No movimento ecumênico, por exemplo, em reuniões fraternas entre vários grupos, encontramos pessoas que sabem ouvir e aceitar a possibilidade de que há verdade também em pessoas e grupos de outras confissões diferentes da sua.
Concluímos que a tendência sectária possui uma carga psíquica, emocional e social muito maior do que a mensagem propagada. Vale dizer que a culpa não é da mensagem religiosa que transmitem e sim da cabeça dos transmissores. O sectário fanático é uma pessoa que não se adapta socialmente. Psíquica e emocionalmente é desajustado. Daí a alienação total em relação aos problemas sociais, políticos e econômicos. Não sabe respeitar e nem tem consideração para com os valores humanos independentes de suas convicções religiosas. O grupo sectário é sempre pequeno e, diante de uma maioria diferente, teme perder sua identidade. O líder religioso que inicia ou dirige o movimento sectário é em geral autossuficiente e autoritário. Com grande poder de comunicação e influência sobre as massas, atrai em torno de si admiradores que necessitam tremendamente de um comando forte e também não se adaptam às estruturas sociais, culturais e psíquicas de um povo.
Aqui percebemos a fragilidade da seita. Sua proliferação está em relação direta com uma sociedade em crise. À medida que a sociedade evolui para maior equilíbrio social, solucionando seus problemas, a seita encontra dificuldade em progredir. Outro fator de enfraquecimento é o tempo: passadas duas ou três gerações de adeptos a seita tende a se abrir e perder suas características radicais. Muitas vezes a posição agressiva é mais de autodefesa. Uma vez conquistado um espaço social há sempre um abrandamento.
Outro aspecto da fragilidade é que um grupo que deixou de ser seita poderá sempre voltar a se fechar através de um movimento de restauração do radicalismo original, quando não provoca uma cisão, fazendo nascer outro grupo separado. Ser seita é a coisa mais transitória que existe. Hoje aquele grupo é seita, amanhã não é mais. Jamais poderemos generalizar e classificar as seitas dizendo que tais e tais religiões são seitas. Não podemos dizer que todos os grupos batistas são seitas. Alguns são, talvez a maioria, mas nem todos. O mesmo se diga das comunidades adventistas e pentecostais. Dentro da própria Igreja Católica detectamos este ou aquele grupo ou movimento com todas as características extremistas e fanáticas de uma seita. Tudo depende da cabeça da totalidade ou de parte de seus membros ou, ainda, de seus líderes.
7. Nossa atitude pastoral
Parece impossível para muitos ter acontecido uma transformação tão profunda dentro de nossa Igreja, em tão pouco tempo. Mas nós conhecemos bem qual foi o Espírito que provocou essa revolução. O próprio Cristianismo em seus primórdios possuía características tipicamente sectárias. É preciso acreditar acima de tudo na ação de Deus e de sua providência sapientíssima. É necessário que muitas coisas aconteçam antes de se chegar a uma situação ideal. Nosso trabalho pastoral é desestabilizar as posições através do contato e do diálogo paciente, caridoso e permanente, na esteira de uma sadia teologia da libertação, ligando estreitamente a fé com a vida social, política e econômica. Quem duvida da possibilidade de se erradicar o espírito sectário, basta participar do movimento ecumênico, onde sempre encontrará indivíduos que desejam permanecer fiéis à sua confissão religiosa, mas não compactuam com o sectarismo ali existente. Embora não pareça, é a posição mais coerente do ponto de vista ecumênico: se o seu grupo é uma seita, não saia dele! Trabalhe do lado de dentro para romper suas estruturas alienantes. Se sair, o grupo se fortalecerá e resistirá melhor às agressões de fora. Uma boa dose de amor e de comunicação constante, numa amizade sincera com o líder e seu grupo, em geral, é suficiente para que em pouco tempo desapareça mais uma seita e surja uma comunidade aberta, sempre pronta a acolher valores de outras confissões e transmitir os valores que cultivam tão secretamente só para seus adeptos e que, agora, os outros poderão partilhar.
Pe. Paulo Homero Gozzi