GraçaePaz!
Passo a passo a travessia se faz! Esse é o lema do mês da Bíblia de 2011, que enfocará o trecho do livro do Êxodo 15,2-18,27, a caminhada do povo de Deus através do deserto. Passo a passo continuamos a nossa travessia, como povo de Deus que busca a superação das injustiças e sofrimentos, rumo à terra prometida: o Reino, já presente, mas em travessia aberta para maiores realizações, até a sua realização plena, quando Deus será tudo em todos. Em meio às dificuldades, crises, conflitos, alegrias e vitórias do “deserto”, reforçamos a esperança no amor de Deus que se manifesta na história.
Retomar a caminhada do Êxodo e retomar sempre a Escritura é forma segura de renovar a esperança, fortalecer-se na caminhada e encontrar luzes para superar os obstáculos cotidianos. A partir do Concílio Vaticano II, a Igreja da América Latina tem dado passos significativos no sentido de tornar a Bíblia acessível ao povo, mais conhecida e aprofundada e presente na pastoral. Muitos têm sido os esforços e os resultados alcançados nessa travessia. Ultimamente, a Conferência de Aparecida deu novo impulso a essa caminhada, destacando a importância de uma “pastoral bíblica”, entendida como animação bíblica da pastoral (DAp 248). O Sínodo dos Bispos de 2008, sobre a palavra de Deus na vida da Igreja, recomendou que se incrementasse a pastoral bíblica, não em justaposição com outras formas da pastoral, mas como “animação bíblica da pastoral inteira”. “Não se trata simplesmente de acrescentar qualquer encontro na paróquia ou na diocese, mas de verificar que, nas atividades habituais das comunidades cristãs, nas paróquias, nas associações e nos movimentos, se tenha realmente a peito o encontro pessoal com Cristo que se comunica a nós na sua palavra” (Verbum Domini, n. 73). Não se trata, portanto, simplesmente de reforçar uma pastoral bíblica específica, separada das outras, mas de animar a pastoral toda com a palavra de Deus. Também não se pode restringir a maior atenção à Bíblia ao chamado “mês da Bíblia”. A exortação pós-sinodal motiva também a intensificação da animação bíblica como meio de preparar melhor os fiéis diante de “alguns problemas pastorais referidos durante a assembleia sinodal, ligados, por exemplo, à proliferação de seitas, que difundem uma leitura deformada e instrumentalizada da Sagrada Escritura”.
Em atenção à Conferência de Aparecida, ao Sínodo dos Bispos e aos sinais dos tempos, precisamos dar novos passos nessa travessia. A Igreja no Brasil, por meio da Comissão Episcopal Pastoral para a Animação Bíblico-Catequética da CNBB, promoverá de 8 a 12 de outubro, em Goiânia, o 1º Congresso de Animação Bíblica da Pastoral, uma oportunidade de buscar luzes para aumentar a centralidade da Bíblia na pastoral como um todo.
Além dessas macroiniciativas dos organismos eclesiais, existem iniciativas pessoais e comunitárias que podemos promover para desenvolver a animação bíblica de maneira permanente. Um dos melhores exemplos nesse sentido é a leitura orante da palavra de Deus.
Aprofundando o conhecimento da Bíblia e de seu contexto e proporcionando essa riqueza ao povo, evitaremos o risco de fazer também nós leituras deformadas e instrumentalizadas da palavra de Deus.
Pe. JaksonFerreirade Alencar, ssp
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