Publicado em número 257 - (pp. 10-14)
Opção pelos pobres no documento de Aparecida
Por Pe. Benedito Ferraro
A opção pelos pobres tem despertado, a partir do Vaticano II e, de modo especial, a partir de Medellín e Puebla, intensa discussão envolta em muitas tensões, incompreensões e tentativas de amortecer suas implicações práticas. Sem dúvida, essa opção, nascida na década de 1960, tem suas raízes na Bíblia. Na caminhada das comunidades eclesiais de base (CEBs), semelhante consciência está explicitada, por exemplo, no canto: “Javé, o Deus dos pobres, do povo sofredor, aqui nos reuniu pra cantar o seu louvor, pra nos dar esperança e contar com sua mão na construção do reino, reino novo, povo irmão”. O livro do Êxodo mostra um Deus que age na história como libertador: “Eu vi, eu vi a miséria do meu povo que está no Egito. Ouvi seu grito por causa de seus opressores; pois eu conheço as suas angústias. Por isso desci a fim de libertá-lo da mão dos egípcios e para fazê-lo subir desta terra para uma terra boa e vasta, terra que mana leite e mel” (Ex 3,7-8b). Essa tradição do Deus libertador se expressa na profissão de fé do povo libertado: “Eu sou Iahweh teu Deus que te fez sair da terra do Egito, da casa da escravidão” (Ex 20,2). É por tal razão que Gustavo Gutiérrez a chama de opção teocêntrica:
A opção pelos pobres significa, em última instância, uma opção pelo Deus do reino que Jesus nos anuncia. Toda a Bíblia, desde o relato de Caim e Abel, está marcada pelo amor de predileção de Deus pelos fracos e maltratados da história humana. É isso que nos revelam as bem-aventuranças evangélicas: elas nos afirmam, com profunda simplicidade, que a predileção pelos pobres, famintos e sofredores tem seu fundamento na bondade gratuita do Senhor. O motivo último do compromisso com os pobres e oprimidos não está na análise social que empregamos, em nossa compaixão humana ou na experiência direta que podemos ter da pobreza. Todas estas são razões válidas que jogam, sem dúvida, um papel importante em nosso compromisso, mas, como cristãos, ele se embasa fundamentalmente no Deus de nossa fé. É um opção teocêntrica e profética que lança suas raízes na gratuidade do amor de Deus.[1]
1. A opção pelos pobres no Vaticano II, em Medellín, Puebla e Santo Domingo
Embora de forma genérica, a opção pelos pobres já está implícita no Vaticano II, sobretudo na Gaudium et Spes, ao afirmar:
cresce (…) a consciência da dignidade exímia da pessoa humana, superior a todas as coisas. Seus direitos e deveres são universais e invioláveis. É preciso, portanto, que se tornem acessíveis ao homem todas aquelas coisas que lhe são necessárias para levar uma vida verdadeiramente humana. Tais são: alimento, roupa, habitação, direito de escolher livremente o estado de vida e de constituir família, direito à educação, ao trabalho, à boa fama, ao respeito à conveniente informação, direito de agir segundo a norma reta de sua consciência, direito à proteção da vida particular e à justa liberdade, também em matéria religiosa. Portanto, a ordem social e o seu progresso devem ordenar-se incessantemente ao bem das pessoas, pois a organização das coisas deve subordinar-se à ordem das pessoas e não ao contrário. O próprio Senhor o insinua ao dizer que o sábado foi feito para o homem e não o homem para o sábado (Mc 2,27). Esta ordem deve desenvolver-se sem cessar, ter por base a verdade, construir-se sobre a justiça, ser animada pelo amor e encontrar na liberdade um equilíbrio sempre mais humano. Para se cumprirem tais exigências, devem-se introduzir uma reforma de mentalidade e amplas mudanças sociais.[2]
A opção pelos pobres ganha força de concreção em Medellín, após a constatação dos bispos de que a América Latina se encontrava numa situação de injustiça que podia ser chamada de violência institucionalizada[3]. Essa opção ganha corpo quando os bispos declaram: “Devemos tornar mais aguda a consciência do dever de solidariedade para com os pobres. Esta solidariedade significará fazer nossos seus problemas e lutas e saber falar por eles. Isto se concretizará na denúncia da injustiça e opressão, na luta contra a intolerável situação em que se encontra frequentes vezes o pobre e na disposição de dialogar com os grupos responsáveis por esta situação a fim de fazê-los compreender suas obrigações”[4].
Puebla, após reconhecer a brecha crescente entre ricos e pobres como um pecado social[5] e compreender que no rosto do pobre reconhecemos o rosto do Cristo sofredor, o Senhor que nos questiona e interpela, afirma “a necessidade de conversão de toda a Igreja para uma opção preferencial pelos pobres, no intuito de sua integral libertação”[6].
Santo Domingo, embora com menor vigor, continua falando da necessidade da opção pelos pobres diante do empobrecimento e da agudização da brecha entre ricos e pobres[7], ao dizer que “evangelizar é fazer o que Jesus Cristo fez, quando mostrou na sinagoga que veio para ‘evangelizar’ os pobres (cf. Lc 4,18-19)”, e continua afirmando: “Esta é a fundamentação que nos compromete numa opção evangélica e preferencial pelos pobres, firme e irrevogável, mas não exclusiva e nem excludente, tão solenemente afirmada nas Conferências de Medellín e Puebla” (…). “Descobrir nos rostos sofredores dos pobres o rosto do Senhor (Mt 25,31-46) é algo que desafia todos os cristãos a uma profunda conversão pessoal e eclesial”[8]. Os bispos tomam consciência da realidade da vida dos pobres e afirmam: “Comove-nos até as entranhas ver continuamente a multidão de homens e mulheres, crianças e jovens e anciãos que sofrem o insuportável peso da miséria, assim como diversas formas de exclusão social, étnica e cultural; são pessoas humanas concretas e irrepetíveis que veem seus horizontes cada vez mais fechados e sua dignidade desconhecida”[9].
Como podemos notar nesta breve retomada histórica, a opção pelos pobres tem estado no cenário da Igreja na América Latina e no Caribe durante as últimas décadas. Na Conferência de Aparecida, ela volta com maior intensidade, novo aprofundamento e novas exigências em face do novo contexto sócio-histórico.
2. Opção pelos pobres em Aparecida e suas repercussões
No processo de preparação da 5ª Conferência de Aparecida, havia muitas tensões e expectativas no ar. Quando se fala de conferência episcopal, trata-se de uma experiência original que se realiza na Igreja latino-americana e caribenha. Fruto da recepção criativa do Vaticano II, é um modo único de exercício da colegialidade no mundo. Diferentemente de um sínodo, a assembleia tem um peso maior, pois é dela que sai um documento com orientações para toda a Igreja do continente. É bem verdade que o documento final deve receber a aprovação do papa para que seja assinalada a comunhão eclesial. Por isso a presença papal na abertura tem um significado especial, pois dá um tom de solenidade ao acontecimento. É a presença do pastor como sinal de comunhão. Para recuperarmos o clima do momento de preparação da 5ª Conferência, podemos retomar algumas das expectativas aludidas:
a) Como superar o processo de exclusão causado pelo processo de globalização legitimado pela ideologia do neoliberalismo?
b) Como superar a violência cada dia mais presente em nossas cidades?
c) Quais as causas da migração do campo para as cidades e das cidades para os grandes centros do capital internacional, como Estados Unidos, Europa e Japão?
d) A opção pelos pobres vai ser mantida?
e) As CEBs estarão de volta com sua força transformadora?
f) A teologia da libertação terá novamente seu lugar eclesial reconhecido?
g) Como enfrentar o desemprego estrutural?
h) Como conviver com o pluralismo cultural, com a emergência de novos sujeitos sociais?
i) Como compreender o pluralismo religioso, visto que a maioria das famílias já tem seus membros participando de várias Igrejas e de outras religiões?
j) Qual o papel dos cristãos leigos e leigas na sociedade e na Igreja? Qual o papel da mulher na Igreja? O que está impedindo os novos ministérios diante de tantos serviços necessários nas comunidades? Haverá chance da ordenação de mulheres?
k) Como cuidar da natureza como nossa casa comum, como a “nossa irmã mãe terra”, diante de tanta devastação e desrespeito para com as florestas, animais, águas?
Vamos nos debruçar sobre a opção pelos pobres na 5ª Conferência de Aparecida e ver quais são as novas implicações e exigências para a Igreja latino-americana e caribenha.
2.1. O contexto do evento de Aparecida
Sem dúvida, a escolha de Aparecida é significativa. A presença marcante dos romeiros que lotavam a Basílica de Nossa Senhora Aparecida influenciou tanto os bispos delegados como também os convidados leigos e leigas, os religiosos e religiosas e os padres. A presença do papa Bento XVI marcou a reflexão da conferência, mesmo quando a interpretação de seus discursos não obtinha consenso. Difícil de ser assimilada foi a não crítica inicial ao processo de conquista verificado no continente, ausência que mereceu o repúdio dos indígenas e resultou numa retomada por parte do papa Bento XVI, em Roma, na audiência da quarta-feira seguinte à sua viagem ao Brasil, quando disse ter havido injustiças contra os povos indígenas perpetradas pelos colonizadores. Notou-se também a ausência de uma palavra sua dirigida aos afro-americanos(as) num santuário dedicado à Virgem Negra que apareceu, em 1717, num momento de dura escravidão no Brasil.
2.2. A opção pelos pobres e o discurso inaugural de Bento XVI
“A opção preferencial pelos pobres está implícita na fé cristológica naquele Deus que se fez pobre por nós, para enriquecer-nos com sua pobreza” (cf. 2Cor 8,9)[10]. Tal afirmação de Bento XVI, no discurso inaugural da 5ª Conferência, retomando a opção pelos pobres presente em Medellín e Puebla e enraizando-a na fé cristológica, indica nova etapa no aprofundamento dessa opção, no contexto de uma Igreja latino-americana e caribenha marcada por tensões, conflitos e desafios por causa dos diferentes modelos de Igreja que convivem em seu seio.
Bento XVI afirma que o Deus revelado em Jesus de Nazaré é “o Deus de rosto humano; é o Deus-Conosco, o Deus do amor até a cruz”[11]. É interessante observar que essa afirmação do papa se aproxima do canto das comunidades eclesiais de base: “Tu és o Deus dos pequenos, o Deus humano e sofrido, o Deus de mãos calejadas, o Deus de rosto curtido. Por isso te falo eu, como te fala meu povo, porque és o Deus roceiro, o Cristo trabalhador!”[12] Aproxima-se também da afirmação de Puebla[13], retomada pela Conferência de Aparecida: “Se esta opção está implícita na fé cristológica, os cristãos, como discípulos e missionários, estamos chamados a contemplar nos rostos sofredores de nossos irmãos e irmãs o rosto de Cristo que nos chama a servi-lo neles: ‘Os rostos sofredores dos pobres são os rostos sofredores de Cristo’. Eles interpelam o núcleo do agir da Igreja, da pastoral e de nossas atitudes cristãs. Tudo o que tem a ver com Cristo tem a ver com os pobres e tudo o que estiver relacionado com os pobres está relacionado com Jesus Cristo: ‘Todas as vezes que vocês fizeram isso a um dos menores de meus irmãos, foi a mim que o fizeram’ (Mt 25,40)”[14].
Estamos tomando consciência de que a opção pelos pobres, como já afirmou Gustavo Gutiérrez, é uma opção teocêntrica. Isso quer dizer que sai do coração de Deus, de sua gratuidade. Cremos ser importante pensá-la como opção trinitária: a opção pelos pobres é uma opção de Deus Pai (cf. Ex 3,7-10; 20,2; Mt 11,25-26), Filho, Jesus de Nazaré (Lc 4,16-21), e Espírito Santo, que envia Jesus para o meio dos pobres (Lc 4,18-19). Convém notarmos que, na sequência da missa de Pentecostes, o Espírito Santo é proclamado Pai dos pobres (Pater pauperum)! Essa opção é assumida também por Maria, a mãe de Jesus (Lc 1,46-56). Somos todos e todas convidados(as) a fazer essa opção pelos pobres e com os pobres contra a pobreza! Na verdade, trata-se de opção bíblica e evangélica belamente descrita por dona Luzia de Itumbiara (GO), ao dizer: “A Bíblia é o livro dos pobres, escrito para os pobres, dizendo para os pobres: chega de pobreza!”.
2.3. Opção pelos pobres e com os pobres contra a injustiça e a miséria
A opção pelos pobres continua sendo a pedra de toque da Igreja.[15] É com base nela que se definem os modelos eclesiais. A grande questão, após a 5ª Conferência, está relacionada com sua interpretação. Há, no documento, duas direções: a primeira, daqueles e daquelas que veem os pobres e excluídos como objeto de misericórdia, comiseração, atenção e cuidado. Certamente, com base nessa concepção, surgirá uma dinâmica de assistência, que no texto está sinalizada como a conveniência de dar mais tempo aos pobres, de atendê-los em suas necessidades imediatas, de modificar minimamente o estilo de vida burguês de bispos, padres, religiosos, religiosas. Apesar de apontar para o perigo do paternalismo, os bispos afirmam que “se nos pede dedicar tempo aos pobres, prestar-lhes amável atenção, escutá-los com interesse, acompanhá-los nos momentos difíceis, escolhendo-os para partilhar horas, semanas ou anos de nossas vidas e buscando, a partir deles, a transformação de sua situação”[16].
A segunda direção interpretativa é daqueles e daquelas que veem os pobres como novos sujeitos emergentes e apontam para novo modelo eclesial e de sociedade. Essa posição está em consonância com a análise da presente realidade latino-americana e caribenha que os bispos reconhecem ser de iniquidade social[17], de intoleráveis desigualdades sociais e econômicas que clamam ao céu[18] e fruto de um processo promotor de iniquidades e injustiças.[19] Nessa ótica, a 5ª Conferência nos indica que “a opção pelos pobres deve conduzir-nos à amizade com os pobres”[20] e a vê-los como sujeitos de sua própria libertação: “De nossa fé em Cristo brota também a solidariedade como atitude permanente de encontro, fraternidade e serviço, que se há de manifestar em opções e gestos visíveis, principalmente na defesa da vida e dos direitos dos mais vulneráveis e excluídos e no permanente acompanhamento de seus esforços por serem sujeitos de mudança e de transformação de sua situação”[21]. À medida que acreditamos nos pobres como sujeitos e protagonistas de sua própria libertação, compreendemos também a importância do diálogo ecumênico, que abre possibilidades do testemunho comum[22], e do diálogo inter-religioso na construção da nova humanidade[23]. Diante da realidade de pobreza em que vive a grande maioria dos jovens latino-americanos e caribenhos, entende-se o valor da opção pelos pobres assumida igualmente pelos jovens.[24] Em face da dura realidade de miséria e pobreza geradas pela injustiça social, assume-se essa opção também na defesa da ecologia, pois quem mais sofre com a devastação da “nossa irmã mãe terra” são os pobres, especialmente as mulheres[25], os camponeses e os indígenas[26]. Podemos também verificar, à luz da opção pelos pobres, todo o anseio por mudanças que estamos percebendo na América Latina e no Caribe. Os pobres eram invisibilizados, mas hoje estão se fazendo presentes em vários países latino-americanos e caribenhos e indicam a necessidade de mudanças estruturais[27] assim como a possibilidade de um outro mundo possível, para que haja vida abundante para todos os seres humanos e também vida para toda a natureza.
3. A modo de conclusão
Toda a Bíblia é grande promessa de salvação. A mensagem bíblica se inicia com significativo anseio de libertação: uma terra onde corre leite e mel. A vida de Jesus de Nazaré foi inteiramente voltada para a libertação dos pobres e excluídos de seu tempo (cf. Mt 9,35-36; Lc 4,16-21; Mt 11,2-6; Lc 7,18-23) e pode ser resumida na expressão que o evangelista João pôs na boca de Jesus, o Bom Pastor: “Eu vim para que todos e todas tenham vida e tenham vida em abundância” (Jo 10,10). A 5ª Conferência de Aparecida tem a vida como o grande objetivo a ser defendido. E essa defesa da vida, em todas as suas dimensões, deve ser fruto do seguimento de Jesus de Nazaré, proclamado o Cristo, o Senhor, por aqueles e aquelas que são seus discípulos e discípulas, missionários e missionárias. A opção pelos pobres e excluídos de nosso continente latino-americano e caribenho é a marca de nossa Igreja latino-americana e caribenha e tem o selo dos nossos mártires que, por amor aos irmãos e irmãs, deram seu sangue como Jesus o fez em favor da vida de todos.
[1] G. Gutiérrez. “Pobres y opción fundamental”, in: I. Ellacuría; J. Sobrino (eds.) Mysterium liberationis: conceptos fundamentales de la teología de la liberación. San Salvador: UCA, tomo I, 1991, p. 309.
[2] Gaudium et Spes, 26.
[3] “Se o cristão crê na fecundidade da paz para chegar à justiça, crê também que a justiça é condição imprescindível da paz. Não deixa de ver que a América Latina encontra-se, em muitas partes, numa situação de injustiça que pode chamar-se de violência institucionalizada” (Medellín, Paz, 16).
[4] Medellín, Pobreza da Igreja, 10.
[5] “Vemos, à luz da fé, como um escândalo e uma contradição com o ser cristão, a brecha crescente entre ricos e pobres. O luxo de alguns poucos converte-se em insulto contra a miséria das grandes massas. Isto é contrário ao plano do Criador e à honra que lhe é devida. Nessa angústia e dor, a Igreja discerne uma situação de pecado, cuja gravidade é tanto maior quanto se dá em países que se dizem católicos” (Puebla, 28).
[6] Puebla, 1.134.
[7] Santo Domingo, 199.
[8] Santo Domingo, 178.
[9] Santo Domingo, 179.
[10] Bento XVI. “Discurso na sessão inaugural da V Conferência-Geral do Episcopado da América Latina e do Caribe”, in: Palavras do Papa Bento XVI no Brasil. São Paulo: Paulinas, 2007, p. 111.
[11] Bento XVI, op. cit., p. 110.
[12] Refrão do canto O Cristo trabalhador da missa nicaraguense.
[13] Cf. Puebla, 31-39.
[14] Aparecida, 393.
[15] “A opção pelos pobres é uma das características que marcam o rosto da Igreja latino-americana e caribenha” (Aparecida, 391).
[16] Aparecida, 397.
[17] “Com efeito, é uma contradição dolorosa que o continente de maior número de católicos seja também o de maior iniquidade social” (Aparecida, 527). Gustavo Gutiérrez assim define essa contradição: “Situação particularmente grave que conhecemos bem e que faz da América Latina e do Caribe o continente mais desigual do planeta. Grave e, mais ainda, escandalosa, dada a ampla maioria católica que vive nele. É um desafio à credibilidade no anúncio do evangelho que, desgraçadamente, continua presente. Exige-se uma grande firmeza no anúncio do evangelho e em suas imprescindíveis consequências para toda pessoa crente, como também uma grande dose de humildade para reconhecer nossas próprias deficiências e limitações e entrar em diálogo com pessoas de outros horizontes para buscar unir-se em uma tarefa que ‘convida a todos’ na busca da justiça social e no respeito à liberdade da pessoa humana” (G. Gutiérrez. “Benedicto XVI y la opción por el pobre”. Disponível em <www.amerindia.org>).
[18] Aparecida, 395.
[19] “Lamentavelmente, a face mais conhecida e exuberante da globalização é sua dimensão econômica, que se sobrepõe e condiciona todas as demais dimensões da vida humana. Na globalização, a dinâmica do mercado absolutiza com facilidade a eficiência e a produtividade como valores reguladores de todas as relações humanas. Este peculiar caráter faz da globalização um processo promotor de iniquidades e injustiças múltiplas” (Aparecida, 61).
[20] Cf. Aparecida, 398.
[21] Aparecida, 394.
[22] Cf. Aparecida, 233.
[23] Cf. Aparecida, 239.
[24] Cf. Aparecida, 446; 443-446.
[25] Aparecida, 48; 454.
[26] Cf. Aparecida, 532-533; 537.
[27] Cf. Aparecida.
Pe. Benedito Ferraro